CARACAS (Reuters) - O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, vai permitir que mais de 1.500 colombianos deportados retornem à Venezuela e legalizem sua situação, disse o bloco regional Unasul nesta segunda-feira, em mais um alívio da tensão entre os vizinhos sul-americanos.
A União de Nações Sul-Americanas (Unasul), composta por 12 países, disse em um comunicado que Maduro aceitou a medida após uma reunião com o secretário-geral da entidade, Ernesto Samper, um ex-presidente colombiano, nos bastidores da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York.
O anúncio ocorre uma semana depois que o esquerdista Maduro e seu homólogo de direita na Colômbia, Juan Manuel Santos, se encontraram e concordaram em restabelecer embaixadores enquanto trabalham pela "normalização" na turbulenta região de fronteira.
O entendimento veio em seguida de semanas de rusgas diplomáticas, em meio às quais Maduro fechou passagens de fronteiras com a Colômbia em agosto, justificando a medida como uma repressão ao crime e o tráfico. Cerca de 1.608 colombianos foram deportados e outros 17.000 voltaram voluntariamente para seu país, de acordo com a ONU.
Centenas de colombianos enfrentaram a travessia de um rio que marca a fronteira carregando geladeiras, colchões e galinhas nas costas. As deportações causaram indignação em Bogotá e entre grupos internacionais de defesa dos direitos humanos, levando até mesmo a comparações surpreendentes entre Maduro e Donald Trump, líder nas pesquisas para se tornar o candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos em 2016.
Não ficou claro se as pessoas deportadas vão querer voltar para a Venezuela, que encontra-se assolada por uma crise econômica e a escassez de itens básicos, como papel higiênico e garrafas d'água.