BOGOTÁ (Reuters) - A Colômbia pode ter uma votação pública para aprovar um acordo de paz com os rebeldes esquerdistas das Forças Armadas da Colômbia (Farc) e colocar fim a mais de cinco décadas de guerra antes que o acordo seja formalmente assinado, disse o presidente colombiano Juan Manuel Santos nesta quinta-feira.
A expectativa era grande de que um plebiscito seria realizado após o governo e as Farc terem assinado oficialmente um acordo ao fim das negociações em Cuba.
"Quando concluirmos os pontos da agenda, isto é, quando tudo for acordado, é que enviaremos os textos ao Congresso e convocaremos o plebiscito", disse Santos durante um evento na cidade portuária de Buenaventura.
"Esse momento não necessariamente coincidirá com a assinatura dos acordos. A assinatura é uma formalidade, pode ser feita depois", acrescentou o presidente.
A Corte Constitucional decidiu no último mês que um plebiscito seria realizado para legitimar qualquer acordo e que ao menos 13 por cento do eleitorado, cerca de 4,5 milhões de votantes, precisariam dizer "sim" para o acordo ser aprovado.
O principal partido de oposição, o Centro Democratico, disse nesta semana que vai fazer campanha para o voto "não".
O governo e as Farc foram elaborando acordos em Havana desde 2012 sobre a reforma agrícola, a participação das Farc na política e o desmantelamento do tráfico de drogas ilícitas, bem como outros acordos que, segundo espera Santos, permitirão que os rebeldes entreguem as armas.
(Por Monica Garcia)