Por Hyunsu Yim
SEUL (Reuters) - O Comando da Organização das Nações Unidas (ONU) e a Coreia do Norte começaram a discutir o caso de Travis King, o soldado norte-americano que cruzou a fronteira para o lado norte-coreano na semana passada, disse o vice-comandante do órgão liderado pelos Estados Unidos que supervisiona a trégua da Guerra da Coreia nesta segunda-feira.
King, um soldado do Exército norte-americano servindo na Coreia do Sul, correu para a Coreia do Norte em 18 de julho durante uma visita à Zona Desmilitarizada na fronteira intercoreana, colocando Washington em um novo dilema diplomático com a Coreia do Norte.
As conversas entre o comando e os militares da Coreia do Norte foram iniciadas e conduzidas por meio de um mecanismo estabelecido sob o armistício da Guerra da Coreia, de acordo com o tenente-general Andrew Harrison, oficial do Exército britânico servindo como vice-comandante da força multinacional.
"A principal preocupação para nós é o bem-estar do soldado King", disse Harrison em coletiva de imprensa, recusando-se a entrar em detalhes sobre o contato com a Coreia do Norte.
"A conversa começou com o KPA por meio dos mecanismos do acordo de armistício", disse Harrison, referindo-se ao Exército Popular da Coreia do Norte.
"Não posso dizer nada que possa prejudicar esse processo."
A mídia estatal da Coreia do Norte, que costuma fazer comentários sempre que cidadãos norte-americanos são detidos, tem mantido silêncio sobre King.
O incidente ocorre em um momento de grande tensão na península coreana. Na semana passada, a Coreia do Norte realizou testes de mísseis balísticos horas depois que um submarino com armas nucleares dos EUA chegou a um porto sul-coreano.
Foi a primeira visita desse tipo desde a década de 1980 e serviu como um lembrete contundente ao Norte de que Washington sempre tem mísseis com capacidade nuclear posicionados a uma curta distância de ataque.
King cumpriu detenção na Coreia do Sul sob a acusação de agressão e danos à propriedade pública e deveria voltar para sua base em Fort Bliss, no Estado do Texas, na semana passada, para enfrentar uma ação disciplinar.
No sábado, a Coreia do Norte disparou uma série de mísseis de cruzeiro em direção ao mar a oeste da península coreana. Nesta segunda-feira, outro submarino de capacidade nuclear dos EUA chegou à Coreia do Sul.
No final da semana passada, a Coreia do Norte alertou que a implantação de porta-aviões, bombardeiros ou submarinos de mísseis norte-americanos na Coreia do Sul poderia atender aos critérios para o uso de armas nucleares.