Por Ingrid Melander
PARIS (Reuters) - O comentarista de extrema-direita Éric Zemmour disse nesta terça-feira que concorrerá na eleição presidencial francesa de 2022, confirmando suas ambições políticas depois de dominar o noticiário com comentários provocadores a respeito da imigração durante semanas.
Zemmour, um ex-jornalista que foi condenado por incitar o ódio, torna-se o principal concorrente a disputar com Marine Le Pen, líder do partido de extrema-direita mais estabelecido Reagrupamento Nacional, uma vaga no segundo turno contra o presidente Emmanuel Macron.
"Durante muito tempo fui feliz no papel de jornalista... mas não acredito mais que um político terá a coragem de salvar o país do destino trágico que o espera", disse Zemmour em um vídeo publicado em uma rede social.
"É por isso que decidi concorrer na eleição presidencial."
Sua crítica rigorosa ao Islã e à imigração fazem dele uma figura polarizadora, atraindo apoio tanto da base eleitoral de Le Pen quando da direita conservadora tradicional, ao mesmo tempo em que aliena outros na França.
Depois de uma ascensão meteórica nas pesquisas de opinião ao longo das últimas semanas, quando várias delas previram que ele chegaria ao segundo turno, sua popularidade está em queda.
A esta altura, a maioria das pesquisas de opinião prevê que Macron e Le Pen se enfrentarão na votação decisiva em abril, que o presidente provavelmente vencerá, como no pleito de 2017.
Mas Zemmour superou Le Pen durante algum tempo nas últimas semanas e a disputa pela segunda vaga ainda está indefinida em algumas sondagens.
(Reportagem adicional de Elizabeth Pineau e Sudip Kar-Gupta)