Por Luis Jaime Acosta
BOGOTÁ (Reuters) - O novo alto-comissário do governo colombiano para a paz viajou até Cuba para se reunir com representantes do Exército de Libertação Nacional (ELN) e avaliar um possível retorno às negociações de paz, afirmou o presidente Gustavo Petro na quinta-feira.
Petro, que tomou posse no domingo e é um ex-membro do grupo guerrilheiro M-19, prometeu estabelecer "a paz total" na Colômbia. O comissário Danilo Rueda já foi diretor de uma organização não-governamental que trabalha para expor violações de direitos humanos por forças de Segurança do Estado colombiano e grupos paramilitares.
"O trabalho de Danilo é o de sondar, dado a extensão gigantesca da violência na Colômbia, se são verdadeiras as possibilidade de processos de paz, de rendição à Justiça em muitos dos casos, retomada das negociações, e acordos bilaterais de cessar-fogo que podem reduzir substancialmente a violência na Colômbia", afirmou Petro a jornalistas.
Rueda foi a Havana com o senador Ivan Cepeda, membro da coalizão de Petro e presidente da comissão de paz da câmara, afirmaram três fontes do Congresso e governo.
Representantes do ELN, que foi fundado em 1964 por padres católicos radicais, permaneceram em Cuba desde as negociações anteriores, iniciadas durante o governo de Juan Manuel Santos, e encerradas em 2019.
O grupo, que é visto como radical e sem controle central, disse, após a vitória eleitoral de Petro, que estava disposto a conversar com o novo governo.
Petro já disse que as discussões poderiam ser retomadas onde o governo de Santos parou, e que reconheceria os protocolos acertados com os mediadores de Cuba, Chile, Venezuela, Noruega e Brasil.
(Reportagem de Julia Symmes Cobb)