Por Angelo Amante
ROMA (Reuters) - Um comitê do Senado da Itália aprovou nesta segunda-feira pedido judicial para proceder com uma investigação sobre o líder de extrema-direita Matteo Salvini, uma medida que pode acabar em um julgamento por um suposto sequestro de imigrantes.
Se considerado culpado, o presidente da Liga, atualmente o partido mais popular da Itália, poderia enfrentar até 15 anos de prisão. Ele também poderia ser impedido de ocupar cargos públicos, o que acabaria com suas ambições de liderar o país em um futuro governo.
"Enfrentarei o julgamento de cabeça erguida em nome do povo italiano", disse Salvini a seus apoiadores. "Se me prenderem, terão de encontrar uma prisão grande o bastante para acomodar todos nós."
Em julho de 2019 Salvini, que ancorou sua credibilidade política em uma promessa para impedir a imigração da África, ordenou que 131 imigrantes resgatados continuassem em um navio na costa da Sicília por seis dias até que outros países europeus aceitassem recebê-los.
A corte na cidade siciliana de Catania - um tribunal especial encarregado de investigar ministros - recomendou no mês passado que ele fosse julgado por acusações de deter ilegalmente os imigrantes na embarcação da guarda costeira Gregoretti.
A votação do painel do Senado acontece em um momento delicado. As eleições regionais, que poderiam ameaçar a sobrevivência da coalizão de quatro meses formada pelo Movimento 5 Estrelas, que é anti-establishment, e o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, acontecem no domingo.
(Reportagem adicional de Gavin Jones)