Por Susan Cornwell
WASHINGTON (Reuters) - Dois comitês do Senado dos Estados Unidos que avaliam a segurança do Capitólio à luz da invasão fatal de janeiro recomendaram nesta terça-feira dar mais autoridade ao chefe da polícia do Capitólio e desenvolver planos para uma reação rápida do Pentágono.
Em um comunicado, a polícia do Capitólio dos EUA (USCP) saudou o relatório e disse que já mudou seu planejamento de operações para se concentrar na segurança nacional, mas continuou a apontar falhas da inteligência norte-americana para alertar sobre o ataque.
Durante a invasão de 6 de janeiro, realizada por apoiadores do então presidente, Donald Trump, o Pentágono passou horas avaliando pedidos de ajuda da polícia do Capitólio, revelaram os comitês em uma relatório bipartidário. Os episódios de violência deixaram cinco mortos.
Quando finalmente acionadas pelo Pentágono, as tropas da Guarda Nacional de Washington D.C. só chegaram ao Capitólio perto das 17h20, quase três horas depois de serem solicitadas, altura em que a Câmara dos Deputados e o Senado já haviam sido declarados seguros.
No relatório, os comitês de Regras e Segurança Interna do Senado recomendaram que se autorize o chefe da polícia do Capitólio a pedir ajuda direta da Guarda Nacional de Washington D.C. em uma emergência. O procedimento atual exige que o chefe obtenha primeiro uma declaração de emergência do Conselho da polícia do Capitólio, e depois uma autorização do Pentágono, mas a aprovação do Conselho não foi concedida em 6 de janeiro.
A senadora Amy Klobuchar, democrata que preside o comitê de Regras, disse que ela e o senador republicano Roy Blunt apresentarão uma legislação para efetuar a mudança.
Um assessor do Senado disse que os comitês não encontraram indícios de protelação da Casa Branca que tenha atrasado a reação da Guarda Nacional.
O documento de 95 páginas observou que Trump incentivou seus apoiadores a irem ao Capitólio. Uma cópia de seu discurso foi adicionada ao relatório, mas este não debateu seu papel.
Os líderes dos comitês reconheceram que o relatório se limitou às informações de inteligência, aos preparativos de segurança e à reação de emergência, sem explorar a motivação da invasão.
Em seu comunicado, a USCP reiterou que está preparada para uma grande demonstração, mas que não sabia que "milhares de agitadores estavam planejando atacar", acrescentando que melhorias na análise e na distribuição de inteligência são necessárias em nível federal e dentro de sua própria força.
(Reportagem adicional de Mark Hosenball, Idrees Ali e Susan Heavey)