CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - Confrontos provocados por suspeitos integrantes de cartel em uma cidade do norte do México deixaram 20 mortos neste fim de semana, disseram autoridades, colocando mais pressão sobre o presidente Andrés Manuel López Obrador para combater a violência depois que os Estados Unidos prometeram rotular as gangues como grupos terroristas.
López Obrador, atento aos esforços do presidente dos EUA, Donald Trump, de designar cartéis mexicanos como grupos terroristas, repetiu no domingo que não aceitaria nenhuma intervenção externa, enquanto se desdobra em sua estratégia de tentar conter a violência no país.
Mas os assassinatos ofuscaram as comemorações que marcaram o primeiro ano de López Obrador no cargo, que foram marcadas por uma marcha na Cidade do México de milhares de pessoas que protestavam contra a violência.
O governo do estado de Coahuila, no norte do país, disse que as forças de segurança locais mataram 14 homens armados no sábado e domingo, após um grande tiroteio na pequena cidade de Villa Union, perto da fronteira com o Texas. Antes, o governo do Estado havia dito que a polícia havia matado 17 membros de um cartel.
Quatro policiais também foram mortos nos tiroteios, que começaram por volta do meio-dia do sábado, provocando novas críticas à abordagem do governo para lidar com as poderosas quadrilhas.
Os corpos de dois civis desarmados aparentemente assassinados pelos pistoleiros também foram recuperados, informou o governo.
Os eventos em Villa Union se somam a uma série de recentes problemas de segurança que levantaram questões sobre a política de López Obrador.
Durante um discurso diante de dezenas de milhares de apoiadores em seu primeiro aniversário como presidente, López Obrador disse novamente que o México resolveria seus problemas de segurança, após os comentários de Trump.
"Não aceitaremos nenhum tipo de intervenção, somos um país livre e soberano", disse o líder de esquerda na praça central de Zócalo, na Cidade do México.