Por Crispian Balmer e Noah Barkin
TAORMINA, Itália (Reuters) - As conversas entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e outros líderes de nações ricas do mundo na cúpula do G7 nesta sexta-feira devem ser "robustas" e "desafiadoras", já que o norte-americano criticou aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e repudiou políticas comerciais da Alemanha um dia antes.
Os comentários beligerantes de Trump em Bruxelas às vésperas da cúpula de dois dias na cidade turística italiana de Taormina, no mar Mediterrâneo, colocam uma névoa sobre uma reunião na qual os parceiros dos EUA esperavam induzi-lo a suavizar suas posições no comércio e na mudança climática.
A cúpula começou com uma cerimônia em um antigo teatro grego situado no topo de uma colina com vista para o mar, onde navios de guerra patrulhavam as águas. Mais tarde, os líderes de Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e EUA irão conversar sobre terrorismo, Síria, Coreia do Norte e a economia global.
"Sem dúvida esta será a cúpula do G7 mais desafiadora em anos", disse Donald Tusk, ex-primeiro-ministro polonês que preside cúpulas de líderes da União Europeia, antes de a reunião iniciar.
O conselheiro econômico da Casa Branca, Gary Cohn, previu debates "robustos" sobre comércio e clima.
Trump, que refuta o aquecimento global causado pelo homem como um "embuste", está ameaçando retirar os EUA do Acordo Climático de Paris de 2015.
Colegas do G7 estão tentando convencê-lo a permanecer. Cohn e outros funcionários do governo disseram que Trump irá decidir depois da cúpula.
"Esta é a primeira oportunidade real que a comunidade internacional tem para forçar o governo americano a começar a mostrar sua posição, particularmente na política ambiental", disse Tristen Naylor, especialista em desenvolvimento da Universidade de Oxford e vice-diretor do Grupo de Pesquisa do G20.
A cúpula, que acontece perto do vulcão mais ativo da Europa, o Monte Etna, é a etapa final de uma turnê de nove dias de Trump que começou no Oriente Médio.
Na quinta-feira, em Bruxelas, cercado de líderes da Otan, ele acusou membros da aliança militar de deverem "grandes quantias de dinheiro" aos EUA e à entidade --embora todas as contribuições dos aliados sejam voluntárias.
(Reportagem adicional de Steve Holland)