Por Guy Faulconbridge e Elizabeth Piper e Gabriela Baczynska
LONDRES/BRUXELAS (Reuters) - A estratégia da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, para a desfiliação britânica da União Europeia entrou em colapso nesta segunda-feira, uma vez que o fracasso da premiê em obter concessões de última hora do bloco criou o cenário para outra derrota humilhante no Parlamento para acordo de separação.
Faltando só 18 dias para o Reino Unido se desligar da UE, no dia 29 de março, ainda não há um acordo de separação ratificado e as conversas com o bloco travaram no momento em que May tenta romper o impasse político em Londres.
As negociações emperraram, e May não planeja ir a Bruxelas nesta segunda-feira, disse uma fonte do governo britânico -- o que levou à especulação de que a premiê poderia tentar mudar ou até cancelar uma votação parlamentar de seu pacto planejada para terça-feira.
Autoridades europeias disseram que não houve progresso nas conversas no final de semana e expressaram frustração com as tentativas de May de conseguir concessões a poucas semanas da saída britânica.
"May se encurralou ainda mais, parece que a segunda votação significativa acontecerá na terça-feira, mas também parece que não será a última votação significativa sobre isso", disse uma autoridade da UE.
"Nós realmente queremos encerrar esse assunto agora. Não está dando em nada, então é improvável que mesmo uma prorrogação rompa o impasse. Não sobrou muita paciência ou boa vontade do nosso lado".
A libra esterlina recuava 0,3 por cento e era cotada a 1,2978 dólar.
A crise a respeito da filiação britânica à UE está se aproximando do final com uma gama extraordinária de opções, que inclui um adiamento, um acordo de última hora, um Brexit sem acordo, uma eleição antecipada ou até outro referendo.
O desfecho continua incerto, mas a maioria dos diplomatas e investidores diz que o Brexit definirá a prosperidade do Reino Unido durante várias gerações.
As conversas travadas criam a possibilidade de um acordo de última hora, provavelmente por volta da cúpula da UE dos dias 21 e 22 de março, ou de um adiamento do Brexit.
O Parlamento rejeitou o pacto de May por 230 votos em 15 de janeiro, levando-a a voltar a Bruxelas em busca de mudanças no chamado "backstop" irlandês, uma apólice de seguro para evitar a volta de uma fronteira dura entre a Irlanda do Norte e a Irlanda.