SEUL (Reuters) - A Coreia do Norte ameaçou na quarta-feira retaliar se os Estados Unidos prosseguirem com exercícios militares programados com a Coreia do Sul, aumentando a pressão sobre Washington para mudar de rumo.
A declaração veio apesar de Washington ter dito na semana passada que o exercício aéreo conjunto planejado para o próximo mês seria reduzido em relação aos exercícios anteriores.
"É direito de autodefesa" retaliar qualquer ação que ameace sua soberania e segurança, afirmou comunicado da Comissão de Assuntos do Estado, sem dar detalhes.
É raro a comissão, órgão supremo presidido pelo líder norte-coreano, Kim Jong Un, divulgar um comunicado.
Na semana passada, um diplomata sênior norte-coreano também culpou exercício aéreo conjunto dos EUA por "jogar água fria" nas conversas com Washington. Pyongyang se opõe aos exercícios militares conjuntos EUA-Coreia do Sul, já que os vê como um ensaio para invasão.
Em sua declaração mais recente, Pyongyang disse que tomou medidas para acalmar as preocupações de Washington, mas que os EUA falharam na reciprocidade, deixando um "sentimento de traição".
Questionado sobre a declaração da Coreia do Norte, o Departamento de Estado dos EUA não fez referência aos exercícios militares, mas uma porta-voz se referiu a um acordo alcançado entre Kim Jong Un e o presidente Donald Trump em sua primeira cúpula em Cingapura, em junho de 2018.
"O presidente Trump continua comprometido em progredir em direção aos compromissos de Cingapura de relações transformadas, construção de paz duradoura e desnuclearização completa", disse ela.
(Reportagem de Hyunjoo Jin em Seul e David Brunnstrom em Washington)