Por Joyce Lee
SEUL (Reuters) - A Coreia do Norte explodiu túneis usados para testes nucleares nesta quinta-feira, informou a agência de notícias estatal norte-coreana KCNA, cumprindo uma promessa que faz parte de medidas que reduziram a tensão na península coreana e criaram a possibilidade de uma cúpula com os Estados Unidos.
Pyongyang desmontou completamente sua instalação de testes nucleares de Punggye-ri "para garantir a transparência da descontinuidade dos testes nucleares", relatou a KCNA, nesta quinta-feira.
O desmantelamento da instalação "fechou completamente as entradas dos túneis", disse, acrescentando que dois túneis da unidade estavam prontos para uso em "poderosos testes nucleares subterrâneos".
A Coreia do Norte realizou todos os seus seis testes nucleares na instalação de Punggye-ri, que consiste de túneis escavados debaixo do Monte Mantap, situado no nordeste do país.
"A descontinuidade dos testes nucleares é um processo importante em direção ao desarmamento nuclear global", disse a KCNA, informando que não houve vazamento de material radioativo ou impacto negativo no ambiente adjacente em decorrência da destruição.
Um grupo pequeno de jornalistas estrangeiros selecionados pela Coreia do Norte esteve presente para testemunhar a demolição, que Pyongyang diz ser prova de seu compromisso de encerrar os testes nucleares.
A destruição da instalação começou perto das 11h (horário local) com a explosão e o desmoronamento de um túnel e de um posto de observação.
Após algum tempo, outro túnel e outras instalações foram destruídos, e mais tarde mais um túnel e um posto de observação. Cerca de cinco horas após o início da operação, o regime destruiu dois quartéis militares, relatou a mídia da Coreia do Sul.
A proposta norte-coreana de desativar seu local de teste foi vista como uma grande concessão depois de meses de relaxamento na tensão entre Pyongyang, de um lado, e Coreia do Sul e EUA de outro.
Mas o progresso pareceu emperrar neste mês, já que a Coreia do Norte pôs em dúvida uma cúpula inédita entre seu líder, Kim Jong Un, e o presidente dos EUA, Donald Trump, em Cingapura no dia 12 de junho.
Pyongyang refuta as exigências norte-americanas para que abdique unilateralmente de seu arsenal de bombas nucleares e mísseis balísticos.
Na semana passada Trump tentou apaziguar a Coreia do Norte depois que esta ameaçou cancelar a cúpula, dizendo que a segurança de Kim estará assegurada em qualquer acordo e que seu país não terá o destino da Líbia de Muammar Gaddafi, a menos que não se firme um acordo.
Mas a referência ao caso líbio só serviu para enfurecer Pyongyang.