A imprensa estatal da Coreia do Norte divulgou, nesta 6ª feira (13.set.2024), imagens de uma central de enriquecimento de urânio durante visita do líder do país, Kim Jong-un, ao Instituto de Armas Nucleares. Apesar de fazer constantes ameaças de uso de armas nucleares, a Coreia do Norte nunca tinha compartilhado imagens de suas instalações.
Segundo a KCNA, Kim fiscalizou a “produção de ogivas e outros materiais nucleares, e estabeleceu tarefas importantes para o plano de longo prazo de aumentar a produção”.
Durante a visita, o líder norte-coreano “destacou a necessidade de aumentar o número de centrífugas [de urânio] para ampliar exponencialmente as armas nucleares para autodefesa do país” e “fortalecer ainda mais a base para a produção de materiais nucleares”.
A publicação, no entanto, não informou a data da visita nem deu detalhes sobre o local. Disse apenas que a instalação é responsável por todas as etapas de produção das armas nucleares norte-coreanas, incluindo separadores centrífugos e diversos tipos de sensores e controladores, “com seus próprios esforços e tecnologia”.
Kim justificou o aumento da produção de armas com supostas “ameaças nucleares à Coreia do Norte perpetradas pelas forças vassalas lideradas pelos imperialistas dos EUA”. Segundo o texto, essas ameaças “se tornaram mais indisfarçáveis e cruzaram a linha vermelha”.
O líder norte-coreano destacou que “um avanço acelerado e seguro [na produção de armas nucleares] deve ser intensificado para manter completa a postura de neutralização da força nuclear e aprimorá-la no mais alto nível”.
COREIA DO NORTE EM ALERTA
Na 5ª feira (12.set), Pyongyang lançou vários mísseis balísticos de curto alcance na costa leste, segundo militares da Coreia do Sul. Esse foi o 1º lançamento do tipo em mais de 2 meses.
O exercício militar veio na sequência do anúncio, feito na 2ª feira (9.set), de planos para expandir significativamente o arsenal nuclear do país contra “forças hostis”. Na ocasião, Kim destacou que a medida responde à suposta formação de um bloco militar regional liderado pelos EUA, o qual descreveu como uma “ameaça nuclear crescente”.
Antes, o país já havia revelado uma nova plataforma para possíveis lançamentos de mísseis balísticos intercontinentais e a retomada de lançamentos de balões carregados de lixo em direção à Coreia do Sul.
A Coreia do Norte tem mostrado oposição a uma nova diretriz de defesa dos EUA e da Coreia do Sul, assinada em julho de 2024. A norma busca integrar armas nucleares norte-americanas e armas convencionais sul-coreanas para, segundo o acordo, enfrentar ameaças à segurança e à proliferação dos programas nucleares e de mísseis norte-coreanos.
Pyongyang considera essa medida uma ameaça de invasão, embora oficiais de Washington e Seul neguem quaisquer planos de ataque.