Por Jack Kim e Ju-min Park
SEUL (Reuters) - A Coreia do Norte está nos estágios finais dos preparativos para o lançamento de um satélite espião e as chances de sua terceira tentativa ser bem-sucedida são altas, disse a agência de inteligência da Coreia do Sul em uma reunião nesta quarta-feira, de acordo com um parlamentar presente ao encontro.
O vizinho ao norte também enviou mais de 10 carregamentos de munição à Rússia para uso na guerra contra a Ucrânia, incluindo mais de um milhão de cartuchos de artilharia, segundo o Serviço Nacional de Inteligência (NIS, na sigla em inglês) sul-coreano.
Esse é aproximadamente o suprimento de munições que a Rússia gasta em sua guerra contra a Ucrânia em dois meses, disse o membro do comitê parlamentar Yoo Sang-bum, citando o relatório.
O NIS fez o relatório em uma sessão a portas fechadas do comitê de inteligência do Parlamento.
As remessas foram feitas por navios que se deslocam entre um porto da costa leste norte-coreana e portos russos, como os Estados Unidos relataram anteriormente, bem como por via aérea a partir da Coreia do Norte, disse a agência de espionagem.
"A Coreia do Norte está operando suas fábricas de munição com capacidade total para atender à demanda de suprimentos militares para a Rússia e até mesmo mobilizando residentes e fábricas civis para fabricar caixas de munição para exportação", disse Yoo a repórteres, citando o relatório do NIS.
As duas tentativas da Coreia do Norte de lançar seu primeiro satélite de reconhecimento neste ano fracassaram porque os estágios dos propulsores apresentaram problemas de funcionamento.
O lançamento faz parte do esforço do líder norte-coreano Kim Jong Un para reforçar suas capacidades militares, que também incluem mísseis balísticos de longo alcance, submarinos de mísseis balísticos e mísseis hipersônicos.
A Coreia do Norte parece ter recebido assistência técnica da Rússia e provavelmente está verificando o motor do veículo e o mecanismo de lançamento, disse Yoo citando o NIS, mas acrescentou que não forneceu mais detalhes por motivos de segurança.
O Norte já havia se comprometido a fazer uma terceira tentativa em outubro, mas até agora não mostrou nenhuma indicação de que estava prestes a fazer o lançamento.
Kim se encontrou com o presidente russo Vladimir Putin em setembro, no extremo leste da Rússia, onde visitou a moderna estação de lançamento espacial russa, fomentando especulações de que Moscou ajudaria em seu programa espacial em troca do fornecimento de armas convencionais.
Ao receber Kim, Putin disse que a Rússia ajudaria a Coreia do Norte a construir satélites, sem fornecer detalhes específicos.