Por Sangmi Cha
SEUL (Reuters) - Parlamentares da Coreia do Sul aprovaram nesta terça-feira uma exigência para que hospitais instalem câmeras de vigilância em centros cirúrgicos após uma série de erros médicos envolvendo funcionários sem qualificação que substituíram cirurgiões.
Com a aprovação do projeto de lei, a Coreia do Sul será o primeiro país desenvolvido a exigir câmeras de segurança para registrar procedimentos cirúrgicos.
A pressão pela presença de câmeras em salas de operação se intensificou desde um caso de 2016 no qual cirurgiões de clínicas particulares foram acusados de encarregar enfermeiros ou médicos sem qualificação específica para os procedimentos, às vezes com resultados fatais.
Kwon Dae-hee, à época no primeiro ano da universidade, morreu de hemorragia em outubro daquele ano depois de 49 dias em coma em consequência de uma cirurgia de maxilar em Seul, disse sua mãe, Lee Na-geum, à Reuters.
Lee, que realiza um protesto solitário diante do Parlamento desde janeiro de 2018, disse que seu filho ficou traumatizado na escola porque seu queixo era motivo de deboches e decidiu passar pela cirurgia.
Ela disse que obteve imagens da operação do filho, mas que há centenas de pais que nunca saberão se a morte de seus filhos na mesa de operação foi resultado de imperícia.
O projeto de lei parece ter apoio majoritário do público. Uma pesquisa de junho da Comissão Anticorrupção e de Direitos Civis mostrou aprovação de 97,9% dos 13.959 entrevistados.
(Reportagem adicional de Daewoung Kim e Yeni Seo, em Cheonan)