Por Hyonhee Shin
SEOUL (Reuters) - A Coreia do Sul e os Estados Unidos concordaram em iniciar conversas antecipadas sobre como dividir os custos para manter as forças norte-americanas no país, em uma tentativa de chegar a um acordo antes da possível reeleição de Donald Trump como presidente dos EUA, informou a mídia local nesta terça-feira.
Trump, que emergiu como líder indiscutível para a indicação presidencial republicana na eleição de 2024, acusou a Coreia do Sul, principal aliado asiático, de atuar como parasita do poderio militar dos EUA quando ele ainda era presidente e exigiu que o país pagasse até 5 bilhões de dólares por ano.
As negociações para o Acordo de Medidas Especiais ficaram bloqueadas por meses durante o governo Trump, e o acordo foi finalizado quando a Coreia do Sul concordou com um aumento de 13,9% em sua contribuição, o maior incremento anual em quase duas décadas.
O acordo deve expirar em 2025, e a agência de notícias Yonhap, assim como o serviço de notícias Newspim, citaram fontes diplomáticas não identificadas para informar que a Coreia do Sul e os Estados Unidos concordaram em iniciar conversas neste ano para estender o acordo para além de 2026. As negociações geralmente são realizadas pouco antes do término do acordo existente.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Lim Soo-suk, não quis comentar as reportagens, dizendo que o governo se prepararia para as próximas interlocuções de maneira "sistemática e estratégica".
Um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA disse que uma delegação do Escritório de Negociações e Acordos de Segurança visitou a Coreia do Sul entre 11 e 17 de dezembro de 2023 para discutir a implementação do 11º Acordo de Medidas Especiais (SMA, em inglês) existente.
"Trabalharemos em estreita colaboração com (a Coreia do Sul) para nos prepararmos para as negociações do 12º SMA", disse o porta-voz em uma resposta por e-mail a questionamento da Reuters, acrescentando: "Ainda não tomamos nenhuma decisão sobre os detalhes das negociações".
As tropas americanas estão posicionadas na Coreia do Sul como parte dos esforços de ambas as nações para deter a Coreia do Norte, que vem acelerando seus programas nucleares e de mísseis.
A Coreia do Sul começou a arcar no início da década de 1990 com os custos dos destacamentos dos EUA, usados para financiar a mão de obra local, a construção de instalações militares e outros apoios logísticos.
(Reportagem de Hyonhee Shin; Reportagem adicional de David Brunnstrom, em Washington)