Por Sakura Murakami e Ju-min Park
TÓQUIO/SEUL (Reuters) - Os líderes do Japão e da Coreia do Sul prometeram virar a página após anos de animosidade em uma reunião nesta quinta-feira, deixando de lado sua difícil história compartilhada e prometendo trabalhar juntos para enfrentar os desafios de segurança regional.
A cúpula entre o sul-coreano Yoon Suk Yeol e o japonês Fumio Kishida em Tóquio - a primeira visita ao Japão de um presidente sul-coreano em 12 anos - destacou como os dois aliados dos EUA se aproximaram devido aos frequentes lançamentos de mísseis da Coréia do Norte e à crescente preocupação com o papel mais musculoso da China no cenário internacional.
A urgência da situação de segurança regional - e a ameaça representada pela Coreia do Norte - foram ressaltadas horas antes da chegada de Yoon, quando a Coreia do Norte disparou um míssil balístico intercontinental que caiu no mar entre a península coreana e o Japão.
Washington saudou a cúpula, chamando o Japão e a Coreia do Sul de "aliados indispensáveis".
"Laços aprimorados entre Seul e Tóquio nos ajudarão a abraçar oportunidades trilaterais para promover nossas prioridades regionais e internacionais comuns, incluindo nossa visão de uma região Indo-Pacífica livre e aberta", disse um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano. "Aplaudimos o primeiro-ministro Kishida e o presidente Yoon por darem este passo positivo adiante."
As tensões Seul-Tóquio há muito minam os esforços liderados pelos EUA para apresentar uma frente unida contra a China e a Coreia do Norte.
"O fato de o presidente Yoon ter visitado o Japão e os dois países terem realizado uma reunião bilateral - e não à margem de um fórum internacional - deve ser elogiado como um possível ponto de virada", disse Hideki Okuzono, professor de relações internacionais da Universidade de Shizuoka.
(Reportagem de Sakura Murakami, Kaori Kaneko, Eimi Yamamitsu e Chang-Ran Kim em Tóquio, Josh Smith, Ju-min Park e Soo-hyang Choi em Seul; Reportagem adicional de Laurie Chen em Pequim e David Brunnstrom em Washington)