Por Hyonhee Shin e Joyce Lee
SEUL (Reuters) - Coreia do Sul e Coreia do Norte concordaram, nesta segunda-feira, em realizar uma cúpula em Pyongyang em setembro, em outro passo para melhorar a cooperação entre as antigas rivais, mesmo enquanto crescem as dúvidas sobre os esforços norte-coreanos para acabar com seu programa de armas nucleares.
Autoridades de ambos os lados que se encontraram no vilarejo de Panmunjom, na zona desmilitarizada que separa as duas Coreias, chegaram a um acordo para realizar a cúpula entre os líderes dos dois países na capital norte-coreana em setembro.
Nenhuma data foi anunciada para o que será a terceira reunião deste ano entre o líder norte-coreano, Kim Jong Un, e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in.
Eles se encontraram pela primeira vez em abril em Panmunjom, em uma reaproximação marcante depois de mais de um ano de tensão crescente e de temores de guerra em resultado do desenvolvimento norte-coreano de armas nucleares e mísseis balísticos.
Lá eles combinaram que Moon visitaria Pyongyang no outono, mas os dois líderes voltaram a se encontrar em maio para uma reunião sem aviso prévio em Panmunjom.
Nenhum detalhe da pauta das conversas do mês que vem foi anunciado, mas as duas Coreias vêm debatendo uma série de temas, de uma possível declaração de paz a projetos econômicos e de infraestrutura conjuntos.
O progresso entre as duas Coreias coincide com um momento em que a Coreia do Norte e os Estados Unidos enfrentam dificuldades para combinar como levar a cabo a desnuclearização norte-coreana prometida por Kim em uma cúpula histórica com o presidente norte-americano, Donald Trump, em Cingapura, em junho.
Autoridades dos EUA disseram à Reuters que a Coreia do Norte ainda não acertou um cronograma para a eliminação de seu arsenal nuclear ou para revelar seu tamanho, que os EUA estimam ser de 30 a 60 ogivas.
Depois das conversas desta segunda-feira, Ri Son Gwon, presidente de um comitê norte-coreano que visa a "reunificação pacífica" da península, disse ao seu homólogo sul-coreano, o Ministro da Unificação Cho Myoung-gyon, que é importante remover "obstáculos" que impedem o avanço das relações intercoreanas.
"Se as questões que foram mencionadas nas conversas não forem resolvidas, problemas inesperados podem surgir e as questões que já estão na pauta podem enfrentar dificuldades", disse Ri, sem entrar em detalhes.
Um dos temas que revoltaram Pyongyang recentemente foi o caso de uma dezena de funcionários de um restaurante norte-coreano que foram para a Coreia do Sul em 2016 via China.
A Coreia do Norte diz que eles foram sequestrados pela Coreia do Sul e deveriam ser devolvidos, insinuando a possibilidade de a questão representar um obstáculo para o reencontro de algumas famílias divididas pela Guerra da Coreia de 1950-53, programado para a próxima semana.
Cho não disse se a Coreia do Norte abordou o caso dos funcionários do restaurante nesta segunda-feira, dizendo meramente que o país vizinho não abordou assuntos novos.
(Reportagem adicional de Josh Smith, Haejin Choi e Daeun Yi)