OUAGADOUGOU (Reuters) - As autoridades de Burkina Fasso começaram a exumar os restos mortais do ex-presidente Thomas Sankara nesta segunda-feira numa tentativa de estabelecer a responsabilidade por um crime que tem perseguido o país do Oeste Africano desde 1987.
Os familiares de Sankara vinham pressionando há anos para que os restos mortais fossem examinados, alegando que podem não ser do ex-presidente, que morreu num golpe que levou seu ex-aliado Blaise Compaoré ao poder.
Testemunhas no cemitério Daghnoen, na periferia da capital, Ouagadougou, disseram que a exumação do corpo de Sankara e de 12 colegas começou com a presença de famílias das vítimas e advogados.
"Estamos preocupados. E se não são os corpos das pessoas que deveriam estar nessas sepulturas?", perguntou Arouna Sawadogo, presidente de uma organização da sociedade civil. "Se abrirmos o suposto túmulo do presidente de Burkina Fasso e não for ele, o que vai acontecer?"
Familiares que testemunharam o processo disseram à Reuters que apenas dois dos 13 túmulos foram exumados até o fim do dia e que o processo continuará na terça-feira com a exumação do túmulo de Sankara.
Ossos e alguns restos de roupas foram encontrados nas duas sepulturas que foram exumadas sob forte presença policial, acrescentaram as fontes.
Compaoré enfrentou questionamentos sobre a morte de Sankara ao longo de sua gestão na Presidência, mas tentativas de abrir uma investigação judicial fracassaram.
(Reportagem de Mathieu Bonkoungou)