ROSTOV-ON-DON, Rússia (Reuters) - Um tribunal da Rússia condenou o diretor de cinema ucraniano Oleg Sentsov nesta terça-feira a 20 anos em uma colônia penal de segurança máxima por "ataques terroristas" na Crimeia, a península do Mar Negro anexada por Moscou da Ucrânia em março de 2014.
Nascido na Crimeia, Sentsov se declarou inocente e criticou o julgamento, que ele diz ter motivação política, em meio à alta tensão entre a Rússia e o Ocidente em função do papel de Moscou na crise do leste da Ucrânia.
A União Europeia disse que o caso "viola a lei internacional e padrões elementares de justiça". O Departamento de Estado dos Estados Unidos afirmou se tratar de "um erro judicial claro".
Os promotores federais russos acusaram Sentsov de organizar um "grupo terrorista" na Crimeia para retomar a península do controle moscovita.
A corte militar na cidade de Rostov-on-Don, no sudoeste russo, ainda sentenciou um segundo réu, o ativista Alexander Kolchenko, também da Crimeia, a 10 anos de prisão. Os promotores haviam pedido penas de 23 anos para Sentsov e de 12 para Kolchenko.
A Rússia anexou a Crimeia depois da manifestações em Kiev que levaram à queda do então presidente da Ucrânia, e aliado do Kremlin, Viktor Yanukovich. Uma revolta separatista apoiada por Moscou irrompeu em seguida no leste ucraniano, e até o momento já deixou mais de 6.500 mortos.