Por Brendan Pierson
NOVA YORK (Reuters) - Um juiz do Estado norte-americano de Nova York negou nesta quinta-feira uma petição de Harvey Weinstein solicitando a rejeição de acusações criminais segundo as quais ele agrediu sexualmente duas mulheres, refutando o argumento do produtor de cinema de que o caso foi distorcido pela má conduta da polícia e da procuradoria.
James Burke, juiz da Suprema Corte de Manhattan, anunciou o veredicto em uma audiência diante de uma corte lotada. Benjamin Brafman, um advogado de Weinstein, disse aos repórteres diante do tribunal que ficou decepcionado com a decisão, mas que tem confiança de que seu cliente prevalecerá no julgamento.
Em um veredicto por escrito divulgado antes da audiência, Burke disse "não haver base para a afirmação do réu sobre má conduta da procuradoria ou das forças da lei no processo". O parecer veio cerca de dois meses depois de Weinstein obter a rejeição de uma acusação envolvendo uma terceira mulher depois de procuradores revelarem que um detetive de polícia da cidade de Nova York reteve informações durante a investigação.
Weinstein negou ter feito sexo sem consentimento com qualquer pessoa depois de ser acusado por mais de 70 mulheres – a maioria atrizes jovens e outras mulheres empregadas na indústria cinematográfica – de má conduta sexual, inclusive estupro, ao longo de décadas.
As acusações deram ensejo ao movimento #MeToo, no qual centenas de mulheres acusaram publicamente homens poderosos do empresariado, da política e do entretenimento de assédio e abuso sexual.
Em vista do acúmulo de acusações contra Weinstein, sua empresa, Weinstein Co, o demitiu e pediu falência, e ele também foi expulso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.