Por Raya Jalabi e Marwa Rashad
DUBAI (Reuters) - Um tribunal da Arábia Saudita condenou a proeminente ativista de direitos das mulheres Loujain al-Hathloul a cinco anos e oito meses de prisão nesta segunda-feira, noticiou a mídia local, em um julgamento que provocou repúdio internacional no momento em que Riad enfrenta uma vigilância maior dos Estados Unidos.
Hathloul, de 31 anos, está detida desde 2018 e foi presa juntamente com ao menos uma dúzia de ativistas dos direitos das mulheres.
O veredicto, noticiado pelos jornais Sabq e Al-Shark al-Awsat, representa um desafio precoce ao relacionamento do príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, com o presidente eleito dos EUA, Joe Biden, que descreveu Riad como "pária" devido ao seu histórico de direitos humanos.
Hathloul foi acusada de tentar mudar o sistema político saudita e prejudicar a segurança nacional, disse a mídia local. O tribunal suspendeu dois anos e 10 meses de sua pena, ou o tempo já cumprido desde que ela foi presa em 15 de maio de 2018, segundo os jornais.
Especialistas de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) classificaram as acusações contra Hathloul de espúrias e pediram sua libertação, assim como grupos destacados de direitos humanos e parlamentares dos EUA e da Europa.
A detenção de mulheres ativistas ocorreu pouco antes e depois de o reino revogar uma proibição que impedia as mulheres de dirigir, algo que muitas ativistas pleiteavam há tempos, como parte das reformas adotadas por Bin Salman, que também foram acompanhadas por uma repressão à dissidência e um expurgo anticorrupção.
(Por Aziz El Yaakoubi e Raya Jalabi)