Por Simon Evans
MIAMI (Reuters) - O plano do candidato a presidente da Fifa Gianni Infantino de ampliar para 40 as seleções participantes da Copa do Mundo recebeu duras críticas de dois de seus rivais na quinta-feira, esquentando a campanha que irá eleger o novo chefe da entidade assolada por escândalos de corrupção.
Quatro dos cinco candidatos a substituir Joseph Blatter na votação de 26 de fevereiro em Zurique fizeram apresentações a membros da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf, na sigla em inglês) no hotel de um aeroporto de Miami.
Normalmente tais reuniões acontecem a portas fechadas, mas as autoridades da Concacaf permitiram a presença da mídia no local para um raro vislumbre de como os candidatos à presidência da Fifa fazem suas propostas ao eleitorado --os líderes das federações nacionais de futebol.
O protocolo dessas ocasiões geralmente pede que os postulantes evitem criticar uns aos outros publicamente.
Mas o plano de Infantino, secretário-geral da Uefa, de criar oito novas vagas no Mundial foi atacado tanto pelo presidente da Confederação Asiática de Futebol, o xeique Salman Bin Ebrahim Al Khalifa, quanto pelo ex-vice-secretário-geral da Fifa Jérôme Champagne.
Salman fez uma apresentação de seu manifesto em powerpoint e, quando discutiu o maior torneio da Fifa, apareceram no telão as palavras "Promessas de mais vagas na Copa do Mundo durante o período de eleição não são profissionais".
O dirigente do Barein disse que quaisquer mudanças deveriam ser bem explicadas e conquistar ampla aceitação antes de serem introduzidas.
Champagne foi ainda mais incisivo em sua rejeição à proposta de Infantino.
"Meu programa não é um truque de prestidigitação", afirmou o francês. "São fatos, e não o tipo de projetos que estão sendo propostos, como organizar uma Copa do Mundo com 40 seleções quando sabemos que essa não é a questão central para as 150 federações de todo o mundo".
"Sabemos que organizar uma Copa do Mundo com 32 seleções já é muito custoso e muito difícil. Sabemos também que o calendário internacional é muito complicado", acrescentou.
Infantino defendeu seu plano: "isso fortaleceria a competição, e comercialmente significa mais seleções, mais partidas, mais renda".
A proposta do suíço de aumentar substancialmente a quantidade de dinheiro que a Fifa fornece às federações para seu desenvolvimento e para outros projetos também foi criticada por Salman.
Infantino garantiu que fará com que metade da renda total da entidade seja distribuída às federações, que cada associação-membro receba 5 milhões de dólares a cada quatro anos e que as confederações regionais recebam 40 milhões de dólares ao longo do mesmo período.
Infantino também refutou aqueles que insinuaram que seu plano para distribuir mais recursos é simplesmente uma tática eleitoral.