MOSCOU (Reuters) - Alexei Navalny, um ativista crítico do Kremlin, disse nesta quinta-feira que as autoridades da Rússia o estão impedindo de viajar ao exterior para receber um tratamento médico urgente depois de uma agressão que o deixou praticamente cego de um olho.
Segundo Navalny, as autoridades lhe concederam repentinamente um passaporte internacional do tipo que os russos precisam para viajar para fora do país depois de se recusarem a fazê-lo durante cinco anos.
Isso lhe deu a impressão de que podia pegar um voo para uma clínica estrangeira onde se trataria de uma queimadura química que tirou quase toda a visão de seu olho direito depois que um agressor atirou um líquido verde em seu rosto em 27 de abril.
Mas ele disse que uma autoridade de alto escalão do sistema prisional russo telefonou para seu advogado nesta quinta-feira para informar que Navalny não pode viajar ao exterior por causa de uma condenação por desfalque.
Navalny diz que a condenação, que veio com uma pena de prisão suspensa de 5 anos, teve motivação política e pretende sabotar seus planos de concorrer a presidente em março do ano que vem.
"Por isso me deram um passaporte de viagem ao exterior, mas me proibiam de viajar", escreveu ele nas redes sociais.
Ele afirmou só ter 15 por cento de visão no olho direito e que existe uma chance de melhoria com tratamento.
Navalny, que na quarta-feira uma autoridade eleitoral disse ser inelegível à Presidência, organizou os maiores protestos antigoverno em anos no mês de março e se tornou o mais proeminente opositor a desafiar Vladimir Putin, que deve concorrer ao que seria seu quarto mandato presidencial em 2018.
(Por Andrew Osborn)