Por Marc Frank
HAVANA (Reuters) - Autoridades cubanas alertaram em transmissão nacional de televisão que os apagões irão aumentar de forma significativa devido à falta de combustível, o que pode piorar a situação do país, que já enfrenta escassez de alimentos e remédios.
Os governos locais no país caribenho já começaram a anunciar cortes no uso de energia em empresas estatais e outras entidades, incluindo novas medidas para adiar eventos esportivos e aulas universitárias.
“Não teremos o nível de combustível que necessitamos ou o que tivemos nos meses anteriores”, disse o ministro da Energia, Vicente de la O Levy, no programa Mesa Redonda, transmitido na noite de quarta-feira, juntamente com o ministro de Economia, Alejandro Gil.
Ambas as autoridades sugeriram que os cubanos poderiam esperar apagões entre 8 e 10 horas por dia fora de Havana, onde os residentes até agora foram geralmente poupados de cortes de energia. Os cortes podem começar em outubro.
O país caribenho está atolado numa crise econômica e enfrenta apagões, escassez de alimentos, medicamentos e combustível desde a pandemia do coronavírus, empurrando o seu Produto Interno Bruto (PIB) 8% abaixo dos níveis de 2020 e com a produção de bens 40% menor, de acordo com o governo.
Cuba afirma que as sanções dos EUA, com objetivo de privar o país da moeda estrangeira necessária para importar a maior parte do seu combustível, alimentos e alguns outros suprimentos, são em grande parte responsáveis pela situação na ilha.
Os dois ministros afirmaram na quarta-feira que Cuba está fazendo esforços diários para garantir o combustível mínimo necessário para manter o país a funcionar, sem explicar porque a situação foi de mal a pior.
(Reportagem de Marc Frank)