Por Marc Frank
HAVANA (Reuters) - Cuba anunciou nesta sexta-feira que realizará exercícios militares anuais nos dias 18 e 19 de novembro e um dia de prontidão de defesa civil em 20 de novembro, a mesma data em que dissidentes planejam protestos pelos direitos humanos em todo o país.
O país de governo comunista foi abalado por tumultos sociais durante dois dias em julho, quando os maiores protestos contra o governo em décadas resultaram em centenas de prisões, uma morte e pedidos de intervenção dos Estados Unidos da parte de alguns cubano-norte-americanos.
Um comunicado curto das Forças Armadas publicado na mídia estatal afirma que os exercícios de defesa, cancelados no ano passado, serão retomados na sequência de outras atividades agora que a campanha de vacinação se aproxima de sua meta de imunizar a população inteira contra a Covid-19.
O objetivo das manifestações de 20 de novembro, convocadas por um grupo de Facebook chamado Arquipélago, é pedir liberdades civis, incluindo o direito a protestos pacíficos e uma anistia a oponentes do governo que estão presos.
Conhecidos oposicionistas estão entre aqueles que continuam atrás das grades desde os tumultos de 11 e 12 de julho, e alguns encaram penas longas.
Integrantes do Arquipélago dizem que o grupo conta com cerca de 20 mil membros, muitos dos quais moram fora do país.
Os preparativos de defesa do governo são parte de uma doutrina militar conhecida como "Guerra de Todo o Povo", concebida como reação a uma invasão dos EUA.