HAVANA (Reuters) - Cuba elogiou a eleição de uma Assembleia Constituinte na Venezuela e denunciou o que chamou de complô internacional para silenciar a vontade do povo venezuelano, após sanções impostas pelos Estados Unidos ao aliado-chave do regime cubano.
"Cuba denuncia o desencadear de uma operação internacional bem orquestrada, dirigida em Washington... para silenciar a voz do povo venezuelano", disse o governo em um comunicado publicado pela mídia estatal na segunda-feira.
O governo dos EUA impôs sanções ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no início da segunda-feira em reação à eleição de domingo, que classificou como uma "fraude".
Governos como os de Espanha, Canadá, Argentina e Peru se uniram a Washington na condenação da votação, que foi boicotada pela oposição e vista por muitos como uma afronta à democracia.
"Conhecemos bem estas práticas intervencionistas", afirmou o governo cubano.
Os EUA impuseram um embargo econômico devastador à ilha caribenha após sua revolução de 1959, que Havana diz ter lhe custado mais de 100 bilhões de dólares.
"Eles acham que conseguirão submeter o povo a uma oposição manipulada que financiaram", disse o comunicado.
Cuba disse que só o povo venezuelano pode decidir como superar seus problemas e reiterou sua solidariedade com este e seu governo.
Venezuela e Cuba se tornaram aliados próximos no final dos anos 1990 sob as lideranças respectivas de Fidel Castro e seu discípulo mais jovem, Hugo Chávez, ambos já falecidos.
Sua relação pessoal e política resultou em uma grande ajuda da Venezuela à ilha e em uma estratégia comum para promover a união latino-americana contra a influência dos EUA na região.
(Por Sarah Marsh)