Por Yasmeen Abutaleb e David Morgan
WASHINGTON (Reuters) - A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou por pequena margem nesta quinta-feira um projeto de lei para revogar o Obamacare, dando ao presidente republicano Donald Trump uma vitória que pode se mostrar curta, já que a reforma da saúde segue para uma disputa possivelmente dura no Senado.
A votação para revogar a conquista doméstica do ex-presidente Barack Obama, que permitiu que 20 milhões de norte-americanos a mais conseguissem planos de saúde, foi a maior vitória legislativa de Trump desde que assumiu, em janeiro, colocando-o no caminho para cumprir uma de suas principais promessas de campanha, assim como um pedido de sete anos de parlamentares republicanos.
Com 217 votos a favor e 213 contra, os republicanos tiveram apoio suficiente para enviar a legislação ao Senado. Nenhum democrata votou a favor do projeto.
A reforma da saúde não é de qualquer maneira garantida no Senado, onde os republicanos possuem pequena maioria de 52 assentos na Casa de 100 assentos e onde a rejeição de alguns republicanos pode derrubá-la.
Apesar de terem a Casa Branca e controlarem ambas as Casas do Congresso, os republicanos descobriram que derrubar o Obamacare é politicamente tenso, em parte por conta de temores de eleitores de que muitas pessoas irão perder seus seguros de saúde como resultado. Republicanos há tempos criticam o Obamacare como exagero do governo.
À medida que republicanos ultrapassaram o número de votos necessários para aprovação do projeto, democratas na Câmara cantaram “Na na, na na na na, hey hey, goobye (adeus)”, em uma barulhenta sugestão de que republicanos irão perder seus assentos nas eleições de 2018 por conta da votação.
TRUMP COMEMORA
Uma hora após a votação, Trump celebrou com parlamentares no Rose Garden da Casa Branca.
“Passei dois anos realizando campanha e digo, não importa onde eu fosse, pessoas estavam sofrendo muito com as devastações do Obamacare”, disse Trump. “Vamos conseguir a aprovação disto no Senado. Estou muito confiante.”
Embora o destino do projeto no Senado seja incerto, a passagem pela Câmara pode impulsionar as esperanças de Trump de conseguir aprovar outros itens em sua agenda, como reforma tributária.
O fracasso em duas tentativas anteriores na reforma de saúde levantou questões sobre como republicanos podem trabalhar juntos para ajudar Trump a cumprir suas promessas de campanha.
“Tudo que eles (os republicanos) fizerem, que cumprirem, popular ou impopular, irá mostrar que têm a habilidade de progredir e fazer as coisas e trabalharem juntos”, disse Randy Frederick, vice-presidente de comércio e derivados na Charles Schwab em Austin, no Estado norte-americano do Texas.
“Isto coloca a ideia de reforma tributária mais perto da realidade, simplesmente porque é mostrado que eles entenderam uma maneira de negociar e trabalhar juntos”, acrescentou.