Por Andrew MacAskill
NOVA DÉLHI (Reuters) - Os líderes exilados do Tibet, incluindo o Dalai Lama, disseram nesta terça-feira que dois terços das geleiras em sua montanhosa nação podem desaparecer até 2050 por causa das mudanças climáticas, e exigiram uma participação nas negociações internacionais sobre o clima ainda este ano.
O altiplano tibetano, que tem a maior quantidade de gelo depois do Polo Norte e do Polo Sul, teve um aumento da temperatura de 1,3 grau Celsius nas últimas cinco décadas, três vezes a média mundial, disseram os líderes tibetanos em um comunicado.
O Tibet, com uma altitude média de mais de 4.000 metros, é particularmente vulnerável ao impacto das alterações climáticas. O aquecimento já está derretendo geleiras, a fonte de água nos rios que são a base de apoio de 1,3 bilhão de pessoas.
"O altiplano tibetano precisa ser protegido, não apenas para os tibetanos, mas para a saúde ambiental e sustentabilidade de todo o mundo", disse o Dalai Lama, líder budista do Tibet, que vive no exílio.
"É tão vital quanto o Ártico e na Antártida, é o Terceiro Polo", disse ele no comunicado emitido a partir da estação de montanha indiana de Dharamsala, onde fica o governo tibetano no exílio desde que o Dalai Lama fugiu de sua terra natal em 1959, quando o Tibete passou a ser uma região da China.