Por David Morgan
WASHINGTON (Reuters) - O deputado eleito nos Estados Unidos George Santos, um republicano de Nova York que esta semana reconheceu ter mentido sobre seu currículo profissional e acadêmico enquanto concorria à vaga ao Congresso, enfrentou novas críticas nesta terça-feira por suas alegações de que teria herança judaica.
A Coalizão Judaica Republicana disse que Santos não seria bem-vindo nos eventos futuros do grupo depois de enganar seus membros sobre seus laços com a fé judaica.
"Ele nos enganou e deturpou sua herança", disse Matt Brooks, o diretor-executivo da coalizão. "Em comentários públicos e para nós pessoalmente, ele anteriormente afirmou ser judeu."
O grupo divulgou sua declaração um dia depois de Santos dizer ao New York Post que "nunca afirmou ser judeu", apesar do que o jornal descreveu como uma mensagem em seu site de campanha dizendo que sua mãe era judia e que seus avós escaparam dos nazistas durante Segunda Guerra Mundial.
Santos prometeu cumprir seu mandato de dois anos no Congresso, e os líderes republicanos da Câmara se mantiveram em silêncio sobre a controvérsia. O gabinete do líder republicano na Câmara, Kevin McCarthy, não respondeu a uma consulta em busca de comentários na terça-feira.
"Sou católico. Como soube que minha família materna tinha origem judaica, disse que era 'judeu'", disse ele ao Post, citando-o.
Santos não foi encontrado para comentar o assunto nesta terça.
"Meus pecados aqui estão embelezando meu currículo. Sinto muito", disse Santos ao Post na segunda-feira.
"Não me formei em nenhuma instituição de ensino superior", disse ele ao jornal. Ele também disse ao Post que "nunca trabalhou diretamente" para o Goldman e o Citigroup (NYSE:C), chamando essas afirmações de "má escolha de palavras".
Santos negou o New York Times, que noticiou que ele havia sido acusado de fraude no Brasil depois de ser pego preenchendo cheques com um talão de cheques roubado. "Não sou um criminoso aqui - nem aqui, nem no Brasil, nem em qualquer jurisdição do mundo", disse Santos ao Post.
Em novembro, Santos derrotou o democrata Robert Zimmerman para conquistar a cadeira de um distrito de Nova York que era ocupada pelo democrata Tom Suozzi, que concorreu a governador este ano.
Nesta terça, Zimmerman pediu a Santos que renunciasse e o enfrentasse em uma eleição especial.
"Enfrente os eleitores com seu passado real e responda a perguntas sobre seu histórico criminal", escreveu o democrata no Twitter. "Deixe os eleitores decidirem."
(Reportagem de David Morgan)