RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Brasil vai elevar sua produção de petróleo em 206 mil barris por dia neste ano e em 325 mil barris por dia em 2015, se tornando a maior fonte de crescimento da extração da commodity no continente americano, excluindo a América do Norte, segundo relatório publicado pelo Goldman Sachs.
O banco afirmou que o avanço mostra a mudança do cenário da produção brasileira, que foi "frustrante" entre os segundos trimestres de 2012 e 2013, devido ao declínio da produção da Bacia de Campos e um início lento da extração do pré-sal.
Agora, segundo o relatório, a frustração está ficando para trás, com a produção na Bacia de Santos, com grandes campos do pré-sal, superando declínios registrados em Campos, onde há grande quantidade de áreas mais antigas.
O banco também ressaltou que atividades de manutenção realizadas em Campos estão levando a um alinhamento gradual das taxas de declínio da produção para o padrão geológico de 10 a 11 por cento por ano.
Desde 2013, a Petrobras colocou em operação 10 sistemas de produção, sendo três neste ano. Outras duas plataformas ainda vão entrar em operação até dezembro.
"É importante ressaltar que a nova capacidade de plataformas entregues entre os terceiros trimestres de 2013 e 2014 deve permitir que os poços sejam conectados nos próximos 12-18 meses, sustentando um crescimento forte com risco limitado", afirmou.
A produção de petróleo do Brasil atingiu recorde de 2,326 milhões de barris diários em agosto, com alta de 15,7 por cento na comparação com agosto de 2013, pelo aumento da produção no pré-sal brasileiro, segundo boletim mais recente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
PREÇOS DO PETRÓLEO EM QUEDA
O momento do avanço da produção da commodity no Brasil acontece em um momento em que os preços do petróleo estão em trajetória de queda. Entretanto, o Goldman destacou que o cenário não ameaça a sustentabilidade de projetos na Bacia de Santos.
"A manutenção de preços fracos não representa uma ameaça à produção de Santos, uma vez que tem um dos mais baixos custos marginais neste espaço", afirmou o Goldman.
Em seu relatório, o Goldman reduziu suas previsões de 2015 do preço do petróleo, tornando-se a instituição financeira mais pessimista dentre as principais do mundo.
A revisão do banco acontece após uma queda de 25 por cento nos preços do petróleo observada ao longo dos últimos cinco meses, devido à ampla oferta e a uma demanda fraca.
O banco cortou sua previsão para o Brent para o primeiro trimestre de 2015 para 85 dólares por barril, ante 100 dólares da previsão anterior.
Já a projeção para o petróleo nos Estados Unidos foi reduzida para 75 dólares, ante 90 dólares da previsão anterior.
O petróleo Brent caiu abaixo de 86 dólares por barril nesta segunda-feira após o Goldman Sachs reduzir suas previsões de preços.
(Por Marta Nogueira)