BEIRUTE (Reuters) - Intensos confrontos ao sul da Síria causaram a morte de dezenas de combatentes na última semana, disse um grupo de monitoramento da guerra na Síria neste domingo, estimando uma violência ainda maior à medida que o tempo melhore.
O Exército sírio e combatentes aliados do Hezbollah, do Líbano, lançaram uma ofensiva em larga escala na região na semana passada contra grupos insurgentes, incluindo o braço da al Qaeda na Síria, Frente al-Nusra, e rebeldes não jihadistas.
A batalha é significativa pois esta é uma das últimas áreas onde os principais rebeldes que se opõem ao presidente Bashar al-Assad mantêm uma posição. Tais grupos perderam terreno para os militantes islâmicos da linha dura durante o conflito de quatro anos.
Mais de 50 rebeldes foram mortos na luta, segundo o chefe do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, baseado na Grã-Bretanha. Rami Abdulrahman disse que 43 membros do exército sírio e grupos aliados também morreram, incluindo 12 oficiais.
Abdulrahman, que acompanha a guerra usando fontes em terra, afirmou que cerca de 5 mil tropas pró-governo tomaram parte na ofensiva que visa tirar um triângulo da terra controlada por rebeldes em áreas rurais do sudoeste, que vai de Damasco à cidade de Deraa à Quneitra.
Fontes em ambos os lados do campo de batalha disseram que a ofensiva visa proteger Damasco, a capital pouco acima ao norte. Os insurgentes tiveram ganhos significativos no sul nos últimos meses, conquistando diversas bases do Exército.
A mídia estatal síria e o canal al-Manar, do Hezbollah, reportaram sobre as batalhas no sul durante a semana, afirmando que o exército têm reclamado território dos "terroristas".
Segundo a mídia estatal, um grande número de inimigos foram mortos. As autoridades sírias não estavam imediatamente disponíveis para comentário neste domingo.
"A situação continua um bater e correr entre nós e as forças do regime", disse Abu Gaiath, porta-voz do grupo rebelde Alwiyat Seif al-Sham. Seus combatentes são parte de uma aliança rebelde "Frente Sul" que tem tido apoio de estados contrários a Assad.
Falando via internet de dentro da Síria, ele afirmou que os combates se acalmaram nos últimos dois dias, mas que o exército visava cercar a cidade de Quneitra ao norte e havia capturado cidades e vilas ao sul de Damasco.
Abdulrahman, do Observatório, disse que 10 combatentes do lado do governo haviam sido executados após serem acusados de passar informação ao inimigo. Ele também disse que combatentes da Frente al-Nusra haviam sido mortos em batalhas, mas que o número exato não era conhecido.
(Reportagem de Sylvia Wetall)