Por Jan Wolfe
WASHINGTON (Reuters) - O candidato à indicação democrata para a eleição presidencial dos Estados Unidos Joe Biden disse no sábado que "não há base legal" para que os republicanos o intimem a depor no julgamento de impeachment do presidente Donald Trump, esclarecendo observações de sexta-feira que atraíram críticas.
"Quero esclarecer algo que disse ontem. Nos meus 40 anos de vida pública, sempre cumpri uma ordem legal e nos meus oito anos como vice-presidente, meu gabinete -ao contrário de Donald Trump e Mike Pence- cooperou com legítimos pedidos de supervisão do Congresso", disse Biden no Twitter.
"Mas não vou fingir que há qualquer base legal para intimações republicanas por meu testemunho no julgamento de impeachment", acrescentou Biden.
A declaração ocorre um dia depois que Biden disse em uma entrevista ao jornal Des Moines Register que não cumpriria uma intimação do Senado porque seria uma tática de Trump para distrair as irregularidades do presidente.
Alguns especialistas em direito e comentaristas criticaram Biden por suas declarações ao jornal de Iowa, observando que a recusa da Casa Branca em cumprir as intimações do Congresso era parte do motivo pelo qual Trump sofreu processo de impeachment.
A Câmara dos Deputados, liderada pelos democratas, aprovou impeachment de Trump em 18 de dezembro por duas acusações a respeito de pressionar a Ucrânia a anunciar uma investigação de Biden e seu filho. Trump foi acusado de abuso de poder e obstrução da investigação do Congresso.
O presidente norte-americano disse que não fez nada de errado.
Haverá um julgamento no Senado, controlado pelos republicanos, para determinar se Trump deve ser removido do cargo. No entanto, a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, ainda não transmitiu os artigos de impeachment, em uma tentativa de pressionar os republicanos a chegarem a um acordo com os democratas sobre as regras do julgamento.