(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, voltou a criticar nesta quarta-feria as políticas econômicas do PSDB, partido de seu adversário, Aécio Neves, afirmando que o Brasil teve desemprego recorde durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Nós sabemos quem no passado desempregou, quem é que conseguiu bater o recorde de desemprego em 2002, o governo Fernando Henrique Cardoso", disse Dilma a apoiadores, após caminhada em Uberaba (MG).
Na reta final da campanha, a presidente tem feito comparações entre os 12 anos de governo do PT (quatro dela e oito do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva) com os oito anos de governo do PSDB com Fernando Henrique, acusando a administração tucana de promover arrocho salarial e desemprego.
Apesar de o desemprego ter caído a mínimas históricas no governo Dilma, no mês passado o Brasil teve o pior resultado para setembro em 13 anos na criação de vagas formais de trabalho, segundo dados do Ministério do Trabalho.
Em meio a um cenário de atividade econômica fraca, o país abriu 123.785 vagas formais em setembro. No acumulado do ano até o mês passado, a geração de emprego com carteira assinada somou 730.124, quase 30 por cento a menos do que a abertura de 1,038 milhão de vagas em igual período de 2013, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo ministério, no dia 15 de outubro.
Apesar do resultado, a presidente comemorou, na ocasião, os números de setembro, alegando que a geração de empregos no país mostra uma situação diferenciada, levando em conta a crise internacional. "Gerar isso em uma das maiores crises do mundo, e que volta a apertar, mostra como a nossa situação é diferenciada", disse Dilma à época.
No discurso em Minas nesta quarta, Dilma também voltou a dizer que o segundo turno da eleição presidencial, no domingo, colocará em jogo o salário mínimo. A petista citou o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, indicado por Aécio como futuro ministro da Fazenda caso eleito, como sendo a favor da redução do mínimo.
"Está em jogo o salário, o salário mínimo, que o candidato deles a ministro da Fazenda acha alto demais, que tem de reduzir. Nós não vamos permitir nem admitir que o Brasil volte para trás", afirmou Dilma, ao lado do governador eleito de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT).
Segundo Dilma, ao contrário do PSDB, os governos do PT têm como foco as classes menos favorecidas, abrindo oportunidades para todos e realizando investimentos em áreas como saúde, educação e moradia.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)