Por Yew Lun Tian e Steve Holland
PEQUIM/WASHINGTON (Reuters) - A disputa diplomática entre a China e os Estados Unidos se aprofundou na terça-feira, com Pequim acusando Washington de sobrevoar seu espaço aéreo com balões de alta altitude, enquanto militares dos EUA examinam os destroços de um suposto balão espião chinês derrubado neste mês.
O balão chinês, que Pequim nega ser uma nave espiã, passou uma semana sobrevoando os Estados Unidos e o Canadá antes de o presidente Joe Biden ordenar que ele fosse abatido em 4 de fevereiro. Desde então, os militares norte-americanos abateram mais três aeronaves enquanto vasculham os céus em busca de objetos que não estão sendo capturados pelo radar.
A Casa Branca disse na terça-feira que ainda está procurando por destroços dos objetos não tripulados abatidos mais recentemente e que não tem visto nenhuma indicação de que eles sejam parte do programa de espionagem da China. No entanto, a Casa Branca expôs o senso de alerta elevado de Washington, uma vez que o impasse sobre o balão atrasa os esforços para retomar relações bilaterais.
A China diz que o balão abatido em 4 de fevereiro era uma aeronave civil de monitoramento do clima e tem acusado Washington de enviar seus próprios balões ao espaço aéreo chinês, alegação reiterada por Pequim nesta terça-feira.
Balões norte-americanos "voaram ao redor do mundo e entraram ilegalmente nos espaços aéreos da China e de outros países relevantes pelo menos dez vezes" desde maio de 2022, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin.
A Casa Branca contesta as alegações da China. Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, tuitou na segunda-feira: "Qualquer alegação de que o governo dos EUA opera balões de vigilância sobre a RPC (República Popular da China) é falsa".
(Reportagem de Yew Lun Tian e da redação de Pequim e Steve Holland em Washington)