Por Hyonhee Shin e Josh Smith
SEUL (Reuters) - A Coreia do Sul disse nesta quinta-feira que descartará um pacto de compartilhamento de inteligência com o Japão, uma decisão que pode agravar uma disputa relativa aos laços históricos e comerciais entre as duas nações e minar a cooperação de segurança sobre a Coreia do Norte.
Com a decisão de não renovar o pacto, as desavenças políticas e comerciais entre Coreia do Sul e Japão agora se estendem para algumas das questões de segurança mais sensíveis da região.
O arranjo foi concebido para o compartilhamento de informações sobre a ameaça representada pelas atividades nucleares e de mísseis norte-coreanos.
A decisão de encerrá-lo coincide com o lançamento de uma série de mísseis balísticos de curto alcance da Coreia do Norte como protesto contra o que o país vê como escaladas militares na Coreia do Sul e no Japão.
O Acordo Geral de Segurança de Informação Militar (GSOMIA) deveria ser renovado automaticamente no sábado, a menos que um dos lados decidisse cancelá-lo.
A decisão foi anunciada após um debate de uma hora do Conselho de Segurança Nacional presidencial da Coreia do Sul (NSC). O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, a aprovou.
O Japão criou uma "mudança grave" no ambiente para a cooperação de segurança bilateral ao cancelar o status de exportação acelerada da Coreia do Sul, disse Kim You-geun, um vice-diretor do NSC.
Tóquio citou preocupações com a segurança, sem fornecer indícios específicos, para a decisão sobre o status comercial da Coreia do Sul.
"Diante desta situação, determinamos que não serviria ao nosso interesse nacional manter um acordo que assinamos com a meta de compartilhar informações militares que são sensíveis para a segurança", disse Kim em uma coletiva de imprensa.
O Japão protestou contra a decisão de Seul, e o ministro das Relações Exteriores do Japão, Taro Kono, anunciou que estava convocando o embaixador sul-coreano no país por causa do cancelamento do acordo.
Antes do anúncio do cancelamento do acordo pela Coreia do Sul, o secretário-chefe do gabinete japonês, Yoshihide Suga, disse que o acordo fortalecia a cooperação de segurança entre os dois países.
"Embora os laços entre Japão e Coreia do Sul estejam em uma situação muito difícil, acreditamos que deveríamos cooperar com a Coreia do Sul onde a cooperação é necessária", disse Suga em um briefing de rotina à imprensa na manhã desta quinta-feira.
Nesta semana, os ministros das Relações Exteriores das duas nações se encontraram nos arredores de Pequim e prometeram continuar conversando, mas não chegaram a nenhum acordo substantivo.