HAVANA (Reuters) - Um grupo de direitos humanos dissidente acusou nesta sexta-feira o governo cubano de "limpeza social" antes de uma visita de três noites do papa Francisco, afirmando que a polícia retirou milhares de mendigos e moradores de rua em três cidades onde o papa vai passar.
As autoridades cubanas não fizeram comentários sobre a atividade policial.
A Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional manifestou sua "profunda indignação e preocupação" com a operação policial que ocorre, segundo a entidade, em Havana, Holguín e Santiago, onde o papa visitará a partir de sábado.
"De acordo com nossas estimativas, isso resultou na internação de milhares de mendigos, pedintes, doentes mentais e outros andarilhos vulneráveis, a maioria deles sem-teto", disse a comissão em um comunicado, dizendo que a operação foi realizada com a aprovação das mais altas autoridades de Cuba.
"Essa 'limpeza social' pretende removê-los do alcance de peregrinos, jornalistas estrangeiros e outros visitantes" que virão para ver o papa, acrescentou o comunicado.
O paradeiro das pessoas era desconhecido, disse a comissão. O grupo pediu publicamente ao papa Francisco para intervir e buscar a libertação dessas pessoas.
(Reportagem de Daniel Trotta)