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Donald Trump processa Hillary Clinton e outros por acusações de conluio com a Rússia em 2016

Publicado 24.03.2022, 18:55
© Reuters. 26/02/2022
REUTERS/Octavio Jones

Por Jan Wolfe e Jonathan Stempel

WASHINGTON (Reuters) - Donald Trump entrou com processo nesta quinta-feira contra a sua adversária na eleição presidencial de 2016, Hillary Clinton, e vários outros democratas, alegando que eles tentaram manipular a eleição ao associar sua campanha com a Rússia.

O processo cobre uma longa lista de queixas que o ex-presidente republicano expressou repetidas vezes durante seus quatro anos na Casa Branca, após vencer Hillary, e se dá enquanto ele continua alegando, de maneira falsa, que a derrota na eleição de 2020 para o presidente democrata, Joe Biden, foi resultado de uma fraude generalizada.

“Agindo em conjunto, os réus conspiraram maliciosamente para tecer uma narrativa falsa de que o adversário republicano deles, Donald J. Trump, estava em conluio com um poder soberano estrangeiro hostil”, acusou o ex-presidente em um processo de 108 páginas entregue a uma corte federal na Flórida.

O processo alega “extorsão” e “conspiração para cometer falsidade prejudicial”, entre outras acusações.

Um representante de Hillary não respondeu ao pedido de comentário em um primeiro momento.

O processo busca indenização e danos punitivos. Trump disse que foi “forçado a incorrer em despesas em um valor a ser determinado em julgamento, mas que se sabe ser superior a vinte e quatro milhões de dólares (24.000.000 de dólares), e continuando a se acumular, na forma de custos de defesa, taxas legais e despesas relacionadas”.

Os réus no processo de Trump incluem Christopher Steele, ex-agente de inteligência do Reino Unido.

Um dossiê escrito por Steele, que circulou ao FBI e veículos de imprensa antes da eleição de novembro de 2016, apresentou afirmações não comprovadas de que a Rússia tinha informações que poderiam causar embaraço a Trump e a alguns de seus assessores de campanha republicanos e que Moscou estava trabalhando nos bastidores para derrotar Hillary.

Um relatório de 966 páginas publicado por comitê do Senado dos EUA liderado pelos republicanos concluiu em 2020 que a Rússia usou o operador político republicano Paul Manafort e o site WikiLeaks para tentar ajudar Trump a vencer a eleição de 2016.

Manafort trabalhou na campanha presidencial de Trump por cinco meses em 2016.

A suposta interferência eleitoral da Rússia, que Moscou nega, gerou uma investigação de dois anos chefiada pelo promotor especial Robert Mueller.

© Reuters. 26/02/2022
REUTERS/Octavio Jones

Em 2019, Mueller publicou um enorme relatório que detalhou várias ligações entre o governo russo e a campanha de Trump, mas não acusou qualquer assessor de Trump de conspiração criminal.

Mueller disse em seu relatório que o “governo russo achava que se beneficiaria de uma Presidência de Trump e trabalhou para garantir esse resultado, e que a campanha esperava se beneficiar eleitoralmente de informações roubadas e publicadas por meio de esforços da Rússia”.

(Reportagem de Jan Wolfe em Washington e Jonathan Stempel em Nova York)

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