Por Katharine Houreld
NAIRÓBI (Reuters) - Quenianos fizeram fila para votar nesta terça-feira em um segundo turno eleitoral entre as duas principais dinastias políticas do país, e os dois lados da disputa trocaram farpas sobre a legitimidade da votação.
Encoberta por temores de violência, a votação coloca o atual presidente Uhuru Kenyatta, empresário de 55 anos filho do presidente fundador do Quênia, contra Raila Odinga, um ex-preso político de 72 anos e filho do primeiro vice-presidente do Quênia.
Os adversários estão se enfrentando pela segunda vez, com pesquisas de intenção de voto indicando que essa será uma disputa muito acirrada, após dois meses de campanha marcada por uma retórica quente, mas discursos públicos amplamente livres do ódio étnico que manchou eleições anteriores.
Uma vitória de Odinga consolidaria a dominação política por parte do grupo étnico kikuyum, que forneceu três dos quatro presidentes do Quênia desde sua independência do Reino Unido, em 1963.
As pesquisas acirradas aumentam as chances de que o perdedor apresente reclamações sobre o resultado, como Odinga fez em 2007 e 2013, apesar da utilização de um sistema de votação de alta tecnologia.
Uma década atrás, a contagem de votos foi abruptamente interrompida e o presidente em exercício foi declarado o vencedor, desencadeando um protesto da campanha de Odinga, seguido por ondas de violência étnica nas quais 1.200 pessoas morreram e 600 mil foram desalojadas.