Por Mark Hosenball
WASHINGTON (Reuters) - Mensagens eletrônicas de Hillary Clinton, que devem ser divulgadas em breve, não sustentam as acusações republicanas de que ela esteve envolvida nos esforços para minimizar o papel de militantes islâmicos nos ataques mortais de 2012 contra instalações dos Estados Unidos em Benghazi, na Líbia, disseram pessoas familiarizadas com esses e-mails.
As duas fontes com conhecimento das mensagens disseram nesta semana que os 300 e-mails não demonstram que Hillary, que era secretária de Estado no momento dos ataques, esteve pessoalmente envolvida nas decisões que resultaram na fragilidade da segurança dos postos em Benghazi.
O Departamento de Estado deve divulgar nesta ou nas próximas semanas os e-mails de Hillary sobre Benghazi entregues em fevereiro para um painel liderado pelos republicanos que investiga os ataques de 11 de setembro de 2012 contra a missão diplomática dos EUA e uma base da Agência Central de Inteligência (CIA) nas proximidades.
O embaixador norte-americano na Líbia, Christopher Stevens, e outros três norte-americanos morreram nos ataques.
A maioria dos e-mails foi enviada do telefone celular pessoal de Hillary e poucos tinham mais do que três ou quatro frases, disseram as fontes, que pediram anonimato.
Alguns e-mails mostraram Hillary trocando mensagens com outros funcionários do Departamento de Estado sobre a segurança na eleição da Líbia, ocorrida em junho de 2012. Mas não havia nenhuma evidência de que ela manteve discussões detalhadas sobre a segurança em instalações norte-americanas em Benghazi nos meses anteriores aos ataques, disseram as fontes.
O advogado de Hillary, David Kendall, não quis comentar sobre os e-mails.
Alguns republicanos têm acusado a gestão de Hillary no Departamento de Estado de não ter conseguido proteger o pessoal diplomático em Benghazi. Em depoimento no Congresso em janeiro de 2013, Hillary Clinton disse que não houve nenhum esforço por parte da administração de enganar o público.
Os 300 e-mails fazem parte de cerca de 30.000 e-mails que Hillary entregou ao Departamento de Estado que ainda estão sendo revisados para publicação. Os republicanos criticaram Hillary por usar um servidor privado para e-mails de trabalho enquanto era secretária de Estado.
Hillary disse que usou sua conta de e-mail pessoal por conveniência, porque não queria carregar dois dispositivos de e-mails.
(Reportagem de Mark Hosenball)