BEIRUTE (Reuters) - Os leitores do jornal libanês Al-Mustaqbal folhearam sua última edição impressa nesta quinta-feira, e mudança do diário para a internet sublinha os desafios do combalido setor de notícias no Líbano.
O Al-Mustaqbal, quarto jornal de destaque a desaparecer das bancas do país nos últimos anos, é propriedade do primeiro-ministro interino Saad al-Hariri e ecoa sua visão política.
Ele foi criado por seu falecido pai, Rafik Hariri, premiê em duas ocasiões assassinado em 2005, e compartilha o nome do movimento político de Hariri.
O editor-chefe, Bassam Nounou, disse que o diário foi vítima de problemas mais amplos de redução na receita de propaganda e da concorrência das redes sociais enfrentada por veículos da mídia globalmente, além das dificuldades financeiras de sua organização irmã.
"Existe uma crise no jornalismo impresso", disse, afirmando que o jornal espera reduzir custos mantendo a qualidade ao se tornar disponível somente online.
"E quanto ao Mustaqbal, existe uma crise financeira. Eles a mencionaram em todas as suas mídias", disse a respeito da organização de mídia irmã, que inclui uma rede de televisão.
O Líbano desfruta de uma das imprensas mais livres e diversificadas do mundo árabe, tendo jornais alinhados a partidos de todo o espectro político.
Os Hariri são a família política mais proeminente da comunidade muçulmana sunita do país.
Saad al-Hariri atua como premiê interino desde uma eleição do ano passado, e as negociações com facções rivais sobre uma coalizão de partilha de poder continuam.
(Por Alaa Kanaan)