Por Michelle Nichols e Jeffrey Heller
NAÇÕES UNIDAS/JERUSALÉM (Reuters) - O Egito adiou nesta quinta-feira votação de uma resolução no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que exige que Israel pare com a construção de assentamentos, disseram diplomatas, após o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, defenderem que os EUA vetassem a proposta.
O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, disse à missão do Egito na ONU para adiar a votação, que teria forçado o presidente norte-americano, Barack Obama, a decidir se protegeria Israel ao exercer o poder de veto ou, ao abster-se, registrar a crítica à construção de assentamentos em terras ocupadas que os palestinos querem para formar um Estado, disseram diplomatas.
Em sinal de que temem que Obama possa abandonar a longa política dos EUA de proteger Israel diplomaticamente na ONU, Trump e Netanyahu fizeram um apelo para que a Casa Branca vetasse a resolução.
Sisi adiou a votação depois de contatos entre autoridades israelenses e egípcias, disse um diplomata israelense. O Egito foi o primeiro Estado árabe a assinar a paz com Israel.
Qualquer membro do Conselho de Segurança pode propor um esboço de resolução. O Egito, que atualmente integra o colegiado de países, trabalhou com os palestinos para elaborar o texto.
Netanyahu foi ao Twitter já tarde da noite em Israel para fazer o apelo pelo veto, em um sinal de preocupação de que Obama pudesse marcar posição contra uma política a qual ele sempre se opôs e contra um líder de direita com quem ele sempre manteve uma relação conturbada.
Horas depois, Trump, com publicações no Twitter e no Facebook, apoiou Netanyahu em uma das questões mais polêmicas no conflito israelo-palestino.
"A resolução que está sendo considerada no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas em relação a Israel deve ser vetada", disse Trump.
"Como os Estados Unidos sempre defenderam, a paz entre israelenses e palestinos só virá por meio de negociações diretas entre as partes, e não pela imposição de termos pela ONU. Isso coloca Israel em uma posição de negociação frágil e é extremamente injusto com todos os israelenses."