CAIRO (Reuters) - O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, advertiu o principal general dos Estados Unidos durante uma reunião neste domingo sobre os perigos de um grande conflito no Líbano.
O general da Força Aérea dos EUA C.Q. Brown, presidente do Estado-Maior Conjunto, chegou ao Egito horas depois de uma importante troca de mísseis entre Israel e o Hezbollah libanês.
O Hezbollah lançou centenas de foguetes e drones contra Israel e Israel disse que atacou o Líbano com cerca de 100 jatos para impedir um ataque maior, em um dos maiores confrontos em mais de 10 meses de guerra na fronteira.
Em um comunicado, o gabinete de Sisi disse que o líder egípcio disse a Brown que a comunidade internacional precisava "exercer todos os esforços e intensificar as pressões para aliviar a tensão e interromper o estado de escalada que ameaça a segurança e a estabilidade de toda a região".
"Nesse sentido, Sisi alertou sobre os perigos de se abrir uma nova frente de confronto no Líbano e enfatizou a necessidade de preservar a estabilidade e a soberania do Líbano", diz o comunicado.
Brown não fez comentários públicos durante sua visita, na qual ele também se encontrou com o ministro da Defesa e com o chefe de Defesa do Egito.
Em comentários à Reuters antes de chegar à região no sábado, Brown disse que pretendia discutir maneiras de evitar qualquer nova escalada nas tensões que poderiam se transformar em um conflito mais amplo.
O porta-voz de Brown disse que o general norte-americano discutiu maneiras de "impedir que o conflito se amplie" durante as reuniões.
Antes de viajar ao Egito, Brown se reuniu com o presidente da Junta de Chefes de Estado-Maior da Jordânia, major-general Yousef Al-Huneiti, em Amã.
Em comunicado, o porta-voz de Brown disse que os dois líderes militares discutiram "as tensões regionais e os esforços para diminuí-las". Eles também discutiram "a urgência de se obter um cessar-fogo em Gaza e um acordo de libertação de reféns".
Os negociadores têm se reunido no Cairo para tentarem um acordo de cessar-fogo em Gaza em troca de reféns israelenses mantidos pelo Hamas.
O governo do presidente dos EUA, Joe Biden, tem procurado limitar as consequências da guerra em Gaza entre o Hamas e Israel, que já está em seu 11º mês. Os ataques de Israel arrasaram grandes áreas de Gaza, provocaram confrontos na fronteira entre o país e o Líbano, e desencadeou ataques dos Houthis do Iêmen contra navios do Mar Vermelho. Enquanto isso, tropas dos EUA foram atacadas por milícias alinhadas ao Irã na Síria, no Iraque e na Jordânia.
Nas últimas semanas, as forças armadas dos EUA reforçaram suas tropas no Oriente Médio para se protegerem contra novos ataques do Irã ou de seus aliados, enviando o grupo de ataque do porta-aviões Abraham Lincoln para a região para substituir o grupo de ataque do porta-aviões Theodore Roosevelt.
Os EUA também enviaram um esquadrão de F-22 Raptor da Força Aérea para a região e implantaram um submarino de mísseis de cruzeiro.
Além dos perigos de uma grande escalada entre Israel e o Líbano, as autoridades dos EUA estão atentas a qualquer movimento militar do Irã.
O Irã prometeu uma resposta severa ao assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, que ocorreu quando ele visitava Teerã no final do mês passado. O assassinato de Haniyeh foi atribuído a Israel, que não confirmou nem negou seu envolvimento.
(Por Phil Stewart)