CAIRO (Reuters) - O maior tribunal civil do Egito manteve nesta segunda-feira as penas de morte de 12 figuras destacadas da Irmandade Muçulmana devido a uma ocupação de 2013 que terminou com as forças de segurança matando centenas de manifestantes, disseram fontes judiciais.
O veredicto, que não permite apelação, significa que os 12 homens podem ser executados com uma aprovação do presidente, Abdel Fattah al-Sisi. Entre eles estão Abdul Rahman Al-Bar, normalmente descrito como o mufti, ou principal estudioso religioso do grupo, Mohamed El-Beltagi, um ex-parlamentar, e Osama Yassin, um ex-ministro.
Muitas figuras da Irmandade Muçulmana foram condenadas à morte em outros casos relacionados com a revolta que se seguiu à deposição militar do então presidente, Mohamed Mursi, um membro da Irmandade Muçulmana, em 2013, mas a Corte de Cassação ordenou novos julgamentos.
A decisão desta segunda-feira diz respeito a um julgamento em massa de centenas de suspeitos acusados de assassinato e incitação à violência durante protestos pró-Irmandade na praça Rabaa Adawiya do Cairo nas semanas posteriores à deposição de Mursi.
Em setembro de 2018, um tribunal criminal egípcio condenou 75 pessoas à morte e impôs penas de prisão a mais de 600 outras. Muitos acusados foram julgados sem estar presentes.
Quarenta e quatro dos condenados à pena capital apelaram à Corte de Cassação. Trinta e um tiveram as penas reduzidas para prisão perpétua, doze não tiveram redução de pena e um último réu, Essam el-Erian, líder veterano da Irmandade, morreu na prisão no Cairo em agosto de 2020. Mursi, o primeiro presidente egípcio eleito democraticamente, também faleceu na prisão em 2019.
(Por Haitham Ahmed)