TEL AVIV (Reuters) - O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, manteve mais de seis horas de conversas com o gabinete de guerra do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sobre o desdobramento da crise humanitária em Gaza, reunião que incluiu uma parada para os dois se abrigarem em um bunker após alerta para ataques aéreos.
Inesperadamente longa, a conversa estendeu-se até altas horas da madrugada de terça-feira (horário local), interrompida por sirenes enquanto o sistema de defesa antimísseis israelense Domo de Ferro interceptava foguetes do Hamas, ao mesmo tempo em que o Exército de Israel permanecia de prontidão para um possível ataque por terra a Gaza.
Blinken estava no quinto dia consecutivo de diplomacia ininterrupta na região, voltando a Israel após visitar seis países árabes em quatro dias.
Na tentativa de impedir uma propagação do conflito, Blinken chegou após os ataques do Hamas em 7 de outubro, que mataram 1.300 pessoas em Israel. As autoridades de Gaza dizem que desde então Israel matou mais de 2.800 palestinos em ataques aéreos.
Durante a reunião no Ministério da Defesa em Tel Aviv, Blinken e Netanyahu foram forçados a se abrigar em um bunker por cinco minutos depois que sirenes soaram, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.
Antes de se reunir com Blinken, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, disse a jornalistas: "Esta será uma guerra longa; o preço será alto. Mas vamos vencer por Israel e pelo povo judeu e pelos valores em que ambos os países acreditam."
Blinken esteve no Egito no domingo, onde disse que a passagem de fronteira de Rafah, controlada pelo Egito, seria reaberta em breve. Apesar disso, um acordo para permitir a entrada de ajuda e a saída de alguns cidadãos estrangeiros ainda não se concretizou.
Miller disse que Blinken discutiu a coordenação humanitária com Netanyahu numa reunião anterior.
(Reportagem de Humeyra Pamuk; reportagem adicional de Idrees Ali e Patricia Zengerle)