Em concessão surpreendente em cúpula, Trump diz que suspenderá exercícios militares com Coreia do Sul

Publicado 12.06.2018, 21:33
Atualizado 12.06.2018, 21:40
© Reuters. Trump e Kim Jong Un conversam em Cingapura

Por Steve Holland, Soyoung Kim e Jack Kim

12 Jun (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma impressionante concessão ao líder norte-coreano, Kim Jong Un, na terça-feira, sobre interromper exercícios militares, surpreendendo em uma cúpula que desconcertou aliados, autoridades militares e parlamentares de seu próprio partido Republicano.

Em uma entrevista coletiva após a cúpula histórica com Kim em Cingapura, Trump anunciou que suspenderá o que chamou de "muito provocativos" e caros exercícios militares regulares que os Estados Unidos realizam com a Coreia do Sul.

Isso agitou os aliados próximos Coreia do Sul e Japão. A Coreia do Norte busca há muito tempo um fim aos exercícios bélicos.

Trump e Kim prometeram em declaração conjunta trabalhar em prol da "desnuclearização" da península coreana, e os Estados Unidos prometeram garantias de segurança para seus inimigos da Guerra Fria. Mas eles ofereceram poucas especificações.

A cúpula, a primeira entre um presidente em exercício dos EUA e um líder norte-coreano, ocorreu em claro contraste a uma enxurrada de testes nucleares e de mísseis da Coreia do Norte e raivosas trocas de insultos entre Trump e Kim no ano passado que alimentaram preocupações sobre uma guerra.

Ao observar as promessas da Coreia do Norte de se desnuclearizar, muitos analistas lançaram dúvidas sobre quão eficiente Trump havia sido em obter a meta pré-encontro de Washington de conseguir com que a Coreia do Norte adotasse passos completos, verificáveis e irreversíveis para eliminar um arsenal nuclear que é avançado o bastante para ameaçar os EUA.

Em declarações divulgadas pela agência estatal de notícias da Coreia do Norte, Kim pediu que Pyongyang e Washington acabem com "ações militares irritantes e hostis" entre si. Mas não fez menção sobre a Coreia do Norte abrir mão de seu programa de armas nucleares.

Se os Estados Unidos adotarem medidas genuínas para construir confiança com a Coreia do Norte, o Norte tomará medidas adicionais de boa vontade, disse Kim, segundo a agência KCNA.

A agência norte-coreana também divulgou que Trump concordou em retirar sanções contra a Coreia do Norte, e que o presidente norte-americano e Kim convidaram um ao outro para visitas aos EUA e à Coreia do Norte, e ambos aceitaram o convite.

Críticos nos Estados Unidos disseram que Trump cedeu demais em uma reunião que forneceu protagonismo internacional para Kim. O líder norte-coreano está isolado, seu país acusado por grupos de direitos humanos de amplos abusos de direitos e sob sanções da Organização das Nações Unidas por seus programas nuclear e de mísseis balísticos.

Se implementada, a suspensão dos exercícios militares conjuntos poderia ser uma das medidas mais controversas resultantes da cúpula. Os treinamentos mantêm as forças dos EUA em estado de prontidão em um dos focos de conflito mais tensos do mundo.

"Nós vamos parar os exercícios bélicos que nos economizarão uma quantidade tremenda de dinheiro, a menos que vejamos que as negociações futuras não estão avançando como deveriam. Mas estaremos economizando uma quantidade tremenda de dinheiro, e eu acho que é muito provocativo", disse Trump.

Seu anúncio foi uma surpresa até mesmo para o governo do presidente Moon Jae-in em Seul, que trabalhou nos últimos meses para ajudar a realizar a cúpula Trump-Kim.

© Reuters. Trump e Kim Jong Un conversam em Cingapura

O palácio presidencial da Coreia do Sul disse que precisava "descobrir o significado ou intenções precisas" da declaração de Trump, enquanto acrescentou que estava disposto a "explorar diversas medidas para ajudar as negociações a caminharem mais suavemente".

Houve alguma confusão sobre exatamente qual cooperação militar Trump prometeu interromper.

(Reportagem adicional de Dewey Sim, Aradhana Aravindan, Himani Sarkar, Miral Fahmy, John Geddie, Joyce Lee, Grace Lee, Matt Spetalnick e David Brunnstrom em Cingapura, Christine Kim em Seul e Phil Stewart, Doina Chiacu, Patricia Zengerle, RichardCowan e Idrees Ali em Washington)

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