Por Phil Stewart
BASE AÉREA DE RAMSTEIN, Alemanha (Reuters) - Os Estados Unidos disseram que o mundo se uniu contra a invasão russa à Ucrânia, ao organizarem conversações de defesa na Alemanha envolvendo mais de 40 países com o objetivo de acelerar e sincronizar a entrega de armas a Kiev.
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, foi o anfitrião do evento na Base Aérea de Ramstein após uma viagem a Kiev, onde ele prometeu apoio militar adicional ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, que se encontra em uma encruzilhada.
"Como vemos esta manhã, nações de todo o mundo estão unidas em nossa determinação de apoiar a Ucrânia em sua luta contra a agressão imperial da Rússia", disse Austin no início das conversações.
"A Ucrânia acredita claramente que pode vencer, e todos aqui também acreditam", acrescentou
O general do Exército dos EUA Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto, advertiu que a Ucrânia precisa de mais assistência de segurança para ajudá-la a se defender contra uma investida russa em curso e potencialmente decisiva no leste. Ele disse que as próximas semanas serão "críticas".
"O tempo não está do lado da Ucrânia", disse Milley durante encontro a portas fechadas, segundo relato fornecido aos repórteres que viajaram com ele. "O resultado desta batalha, aqui mesmo, hoje, depende das pessoas nesta sala".
Milley acrescentou: "Os ucranianos vão lutar. Precisamos garantir que eles tenham os meios para lutar".
O encontro organizado pelos EUA contou com a presença de representantes de mais de 40 países, principalmente da Europa, mas também de outros lugares, incluindo Israel, Quênia e Austrália. Em uma tela, enviados da Coreia do Sul e do Japão compareceram virtualmente.
Após a reunião, Austin disse em uma coletiva de imprensa que o fórum continuaria como um "grupo de contato" mensal que discutiria as necessidades de defesa da Ucrânia.
A Alemanha, pela primeira vez, anunciou a entrega de armas pesadas à Ucrânia.
A invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro matou milhares de pessoas, deslocou milhões e despertou o medo de um confronto mais amplo entre a Rússia e os Estados Unidos -- de longe as duas maiores potências nucleares do mundo.
O presidente russo, Vladimir Putin, diz que a "operação militar especial" da Rússia na Ucrânia é necessária porque os Estados Unidos estavam usando a Ucrânia para ameaçar a Rússia e porque a Ucrânia seria culpada do genocídio de pessoas que falam a língua russa no país.
A Ucrânia diz estar lutando contra uma apropriação de terras pela Rússia e afirma que as acusações de genocídio de Putin são um disparate.
(Reportagem adicional de Sabine Siebold, em Berlim)