Por Michaela Cabrera e Noémie Olive
PARIS (Reuters) - Sem uma catedral para onde ir, centenas de parisienses se reuniram para a missa do domingo de Páscoa na igreja católica de Saint-Eustache, na margem direita da cidade, e rezaram pelo rápido restabelecimento de Notre-Dame, após a catedral ter sido devastada por um incêndio.
O arcebispo de Paris, Michel Aupetit, iniciou a cerimônia traçando um paralelo entre a planejada reconstrução da catedral de Notre-Dame de Paris e a ressurreição de Jesus dentre os mortos, celebrada todos os anos pelos cristãos na Páscoa.
"Vamos nos erguer novamente e nossa catedral se erguerá novamente", disse ele ao público, que incluía a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, e o chefe do Corpo de Bombeiros de Paris, general Jean-Claude Gallet.
A missa havia sido programada originalmente para ser realizada em Notre-Dame, cuja torre e o telhado foram destruídos em um incêndio na segunda-feira, enquanto equipes de resgate colocaram suas vidas em risco para salvar o resto da secular catedral e seus artefatos de valor inestimável.
No meio da missa, Gallet recebeu um minuto de aplausos dos fiéis em homenagem aos 400 bombeiros que apagaram o incêndio. Ele, então, recebeu em suas mãos uma bíblia que sobreviveu ao fogo.
"Queremos nos reunir com os fiéis, rezar juntos, esperando que a Notre-Dame de Paris seja ressuscitada o mais rápido possível", disse Annie le Bourvellec, que trabalha com caridade, enquanto centenas de fiéis faziam fila do lado de fora de Saint-Eustache, uma das maiores igrejas de Paris.
O presidente francês Emmanuel Macron prometeu nesta semana que a França reconstruirá a catedral em cinco anos e que o povo francês se unirá para consertar Notre-Dame, um símbolo nacional.
A destruição de um dos monumentos mais amados e visitados da França provocou uma torrente de tristeza, ao mesmo tempo em que gerou promessas de famílias ricas e corporações de cerca de 1 bilhão de euros para a reconstrução.