Por Francesco Guarascio
BRUXELAS (Reuters) - A AstraZeneca (NASDAQ:AZN) (SA:A1ZN34) reduziu a previsão de entrega de vacinas contra Covid-19 à União Europeia no primeiro trimestre para cerca de 30 milhões de doses, um terço de suas obrigações contratuais e uma queda de 25% em relação às promessas feitas no mês passado, segundo um documento visto pela Reuters.
A redução representa mais golpe nos planos de vacinação da UE, já prejudicados por atrasos recorrentes no suprimento e uma distribuição lenta em algumas nações.
O documento da AstraZeneca, datado de 10 de março e compartilhado com autoridades do bloco, mostra que agora a empresa espera entregar 30,1 milhões de doses até o final de março e outras 20 milhões em abril.
No dia 25 de fevereiro, o chefe da AstraZeneca, Pascal Soriot, disse ao Parlamento Europeu que a empresa tentaria entregar 40 milhões de doses até o final de março.
O documento mostra que, em 24 de fevereiro, o laboratório anglo-sueco havia estimado um suprimento de somente 34 milhões de doses à UE no período de janeiro a março, cifra bem inferior à meta contratada de 90 milhões de doses.
O novo corte vem na esteira da decisão tomada na semana passada pela Itália e pela Comissão Europeia de bloquear um carregamento de vacinas da AstraZeneca da Itália para a Austrália -- a primeira aplicação de um mecanismo do bloco que permite que este recuse pedidos de exportação de fabricantes de vacina que não obedeçam contratos de suprimento da UE.
Uma pessoa a par da situação disse que as entregas maiores que a empresa havia esperado no primeiro trimestre não se materializaram por causa de dificuldades no transporte de vacinas através de cadeias de suprimento globais.