Por Herbert Lash e Nandita Bose
NOVA YORK/CHICAGO (Reuters) - Quando Donald Trump descreveu no mês passado os imigrantes mexicanos como estupradores e traficantes de drogas, os latinos foram às mídias sociais para expressar sua indignação e apelar para que empresas cortassem os laços com o bilionário postulante à candidatura presidencial pelo Partido Republicano.
Em pouco tempo, mais de dez organizações cancelaram seus negócios com Trump, o que ativistas latinos estão definindo como um reconhecimento sem precedentes de sua influência econômica.
O poder de compra dos latinos nos Estados Unidos vai alcançar 1,5 trilhão de dólares este ano, um aumento de 50 por cento em relação a 2010, de acordo com a Nielsen Co, que analisa as tendências de gastos dos consumidores.
Com idade média de 27 anos, a população hispânica é uma década mais jovem que a média nos EUA e está apenas entrando no auge de seu poder aquisitivo, disseram os pesquisadores de mercado.
"A geração de latinos do milênio tem poder de compra e não vai tolerar os comentários de Trump", disse Luis Fitch, um mexicano-norte-americano, cofundador da UNO Branding, uma consultoria de marketing em Minneapolis. "As corporações entendem os números, elas não querem arriscar isso."
Os hispânicos com menos de 30 anos constituem o maior grupo em uma petição contra Donald Trump enviada à Macy Inc MN, com mais de 730 mil assinaturas, de acordo com Angelo Carusone, organizador do abaixo-assinado, do grupo liberal Moveon.org.
Trump manteve a sua posição de que muitos imigrantes ilegais vindos do outro lado da fronteira com o México são criminosos, mas afirmou que algumas de suas críticas foram distorcidas.
"Muitas pessoas fabulosas vêm do México e nosso país é melhor por isso", afirmou Trump na segunda-feira.